LÍDER DO PAIGC ACUSA JOMAV DE ORQUESTRAR GOLPE DE ESTADO PARA SALVAR A SUA AGENDA POLÍTICA

O líder do Partido Africano da independência da Guiné e Cabo-verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, acusou José Mário Vaz de ter orquestrado um golpe de Estado no país para salvar a sua agenda política. Domingos Simões Pereira fez essa acusação esta terça-feira, 25 de junho, num encontro com a imprensa no qual tomaram parte todos os partidos que fazem parte do Fórum de Concertação Democrática, nomeadamente: o PAIGC, a APU-PDGB, a UM, o PND, o PUN e o PCD. 

Segundo DSP, o golpe preparado em conluio com a Comunidade Economia dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) seria consumado na sexta-feira à noite, 22 de junho, quando o Presidente  cessante, José Mário Vaz, montaria toda a operação que consistiria na nomeação de Edmundo Mendes (ex-ministro do Interior) ou Malam Sambú (dirigente do PRS) como Primeiro-ministro e a ocupação de todas as instituições públicas por elementos das forças de defesa e segurança, antes da nomeação de um governo da sua iniciativa.

O líder dos libertadores disse igualmente que a intenção só não foi consumada ou terá sido abortada, simplesmente, porque, durante à noite, por volta das 23 horas, quando ele se preparava para assinar o decreto dessa “ação subversiva”,  dois dos seus principais colaboradores, Braima Camará e Sola N´Quilin Na Bitchita, o teriam avisado que as suas estruturas de apoio poderiam  não sustentar a reação de outras forças de defesa e segurança e a fúria popular.

Simões Pereira diz ter suspeitado ainda de que, para além disso, não teriam recebido luz verde do seu padrinho da sub-região, Presidente do Senegal Macky Sall, “quem coordenou toda a operação e outros desmandos do Presidente José Mário Vaz”, sublinhou.   

Na observação de Domingos Simões Pereira, o encontro era uma espécie de justificação aos dirigentes e militantes do seu partido sobre a cronologia dos fatos que levou a mais esta cedência, mas que no fundo não houve cedência nenhuma e sustenta que, ele, enquanto militante e dirigente do PAIGC, tem que estar preparado e à altura de cumprir a missão que lhe foi confiada. 

Por isso, quando se sentiu que tomar outras diligências para fazer face à demora na nomeação de novo Primeiro-ministro e a consequente formação do governo poderia criar mais confusão àquilo que seria o recurso do partido, não teve nenhuma dúvida ou reticências que abdicar-se do seu posto de novo Chefe de governo era o caminho certo que devia seguir.

O segundo argumento apresentado por Domingos Simões Pereira foi mostrar os vários esforços que os partidos que constituem a nova maioria parlamentar ou que fazem parte do Fórum de Concertação Democrática estão a fazer, quer ao nível político, diplomático e quer judicial, que vão clarificar as coisas daqui até a realização das eleições presidenciais previstas para 24 de novembro próximo.

“Nós vamos ter, sim, o controlo absoluto de toda a situação política, porque é o que a nossa constituição da República diz. Temos um governo, uma Assembleia Nacional Popular e um Supremo Tribunal de Justiça e a sua conjugação de esforços vai colmatar esse vazio em relação à existência de um Presidente da República que é caduco e que não tem condições para representar o país”, observou.

O Presidente do PAIGC acusa José Mário Vaz de ser um Presidente que voluntariamente escolhe não exercer as suas competências  constitucionais para poder criar bloqueio e depois negociar a prorrogação do seu mandato com o pretexto de tirar o pais do bloqueio que o próprio criou.

Por: Filomeno Sambú

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