O Procurador-Geral da República, Bacar Biai, entregou hoje, 02 de Julho corrente, o seu pedido de demissão ao Presidente da República cessante, José Mário Vaz, do cargo do Procurador-Geral da República, função que desempenhou desde 14 de novembro de 2017.
Após a entrega da carta do pedido de demissão, Bacar Biai disse que apresentou o pedido de demissão para a estabilidade, paz e desenvolvimento da Guiné Bissau, sendo que esta está acima de todos os seus interesses.
Contudo, considerou a resolução da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) descabida e sem fundamento.
“Mas que aceito como guineense, a CEDEAO envergonhou os cidadãos comunitários”. Disse não se sentir pressionado pela resolução da cimeira dos chefes de Estado da CEDEAO em entregar o pedido de demissão.
Explicou que mesmo passeando nas disposições legais da CEDEAO, “não há nenhuma disposição que habilite a CEDEAO de intervir nos assuntos internos de um país”.
“cumpri o meu dever como magistrado, e preparei para a minha saída desde a minha entrada, sou magistrado do Ministério Público e de carreira, volto para o meu lugar e com certeza estarei mais preparado para combater esta teia de corrupção que é interesse nacional”, realçou Bacar Biai.
Na carta dirigida ao Presidente da República cessante, Procurador-Geral da República sublinha que dirigir o Ministério Público pressupõe uma liderança forte e comprometida com valores da legalidade o que, no entendimento, obriga um elevado grau de sabedoria e coragem, sobretudo no combate ao grande mal que corrói a sociedade guineense, a corrupção.
“No combate endógeno e exógeno deste flagelo angariamos inimigos inimagináveis, pois é transversal ao nosso tecido social, pelo que não nos admira que a nossa cabeça seja colocada a prémio na resolução de problemas estritamente políticos”, notou, lembrando que o primeiro sinal deste desejo tinha sido manifestado através da inclusão do seu nome na lista das pessoas sancionadas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO), pelo simples fato de exigir o cumprimento da lei e por motivos de agendas inconfessas teve conhecimento de várias solicitações sobre a sua substituição no cargo de Procurador-Geral da República, com o único fito de proteger os intocáveis.
Para Bacar Biai, é impensável construir uma sociedade verdadeiramente democrática quando os cidadãos são divididos em castas e onde a lei só se cumpre em relação aos mais fracos.
“Num Estado de Direito não pode existir cidadãos de primeira (os intocáveis), sobretudo quando se trata de pessoas a quem foi confiada a gestão do bem comum”, assinalou.
Finalmente, Bacar Biai teceu durar críticas e disse que a transparência internacional, no seu índice de percepção da corrupção, colocou a Guiné-Bissau no 177º lugar num ranking de 180 países, isto é, três lugares acima do último lugar.
“Como é possível um país pobre cujo déficit orçamental é assegurado por mais de 75% de ajudas orçamentais dar-se ao luxo desbaratar a solidariedade alheia agravando os atuais níveis de extrema pobreza que atinge 58% da população?”, questionou.
Por: Epifania Mendonça
Foto: E.M
Ao contrário este senhor procurador foi uma vergonha nacional e até internacional. Ele estava produzir decretos em favor do seu patrão jmv. E findo o mandato do prgb automaticamente deveria ter cessado o do por.