GOVERNO CONTINUA SEM SOLUÇÃO ÀS EXIGÊNCIAS DE TÉCNICOS DE SAÚDE RECÉM-COLOCADOS

Governo de Aristides Gomes continua “inflexível” às exigências dos técnicos de saúde recém-colocados, que exigem do executivo guineense pagamento de onze meses de salários em atraso a mais de mil (1089) técnicos colocados no ano passado, a nível nacional, em diferentes hospitais e centros de saúde.

Esta manhã, a negociação entre a comissão negocial e a ministra da Saúde Pública fracassou, informou ao Jornal O Democrata Ioio João Correia, vice-porta-voz da comissão negocial. Segundo a comissão negocial, o fracasso da reunião deve-se à “inflexibilidade do Governo”, que, “infelizmente”, “mais uma vez”, não conseguiu apresentar nenhuma contraproposta ou alternativa às exigências, para além dos dois meses que havia prometido pagar.

“Infelizmente, mais uma vez não chegamos a um consenso. Governo continua insensível às nossas exigências, não obstante a flexibilidade mostrada pelos técnicos de saúde recém-colocados em reconsiderar a sua posição de sair de onze para seis meses”, criticou.

De acordo com Ioio João Correia, das reuniões tidas com membros do governo, nomeadamente: o Secretário de Estado da Gestão Hospitalar, a ministra da Saúde Pública e a da Função Pública tudo indica que o executivo poderá pagar apenas os dois meses prometidos e os meses correntes serão relegados. Ou seja, só poderão voltar a receber seus salários a partir de janeiro de 2020. E responsabiliza o Estado guineense pela morosidade verificada no processo de efetivação desses técnicos e avisa desde logo que não vão aceitar nenhuma proposta que coloque em causa seus direitos, venha ela de quem vier, porque não há garantias de que se governo pagar os dois meses poderá haver ainda abertura da sua parte em cumprir a promessa de liquidar os outros quatro meses.

Horas antes do início da negociação desta quarta-feira, 09 de outubro de 2019, os técnicos de saúde recém- promovidos foram interpelados pelos agentes da polícia da ordem pública para abandonarem o local da vigília, supostamente por ordens do Comissário Geral da Polícia da Ordem Pública, mas esta intervenção não teve sucesso. A vigília voltou a cortar, como na terça-feira, a movimentação de viaturas frente ao Ministério da Saúde Pública (Avenida Unidade Africana), estrada que liga Coqueiro a redunda da Mãe D’água, em Bissau.

“Atos políticos que impedem horas e horas circulação de carros são mais importantes que a nossa reivindicação, pessoas que há quase um ano se dedicaram a salvar vidas humanas nos hospitais e centros de saúde sem salário nem incentivo, mas servimos o país como patriotas”, questionou Ioio João Correia. 

Para de seguida frisar que um gestor público tem que ser sensível à causa social e defender o interesse do povo, não colocá-lo numa situação desumana.      

Segundo o coletivo os 1089 agentes de saúde em questão (médicos, farmacêuticos, enfermeiros, biólogos, radiologistas e analistas, parteiras) representam uma boa parte de técnicos ativos nos centros de saúde espalhados por todo o país. A última efetivação (colocação) dos agentes de saúde antes deste grupo data-se de 2015.

Entretanto, O Democrata soube de uma fonte que o pessoal menor (serventes e motoristas) do Ministério de Saúde  projetam também uma greve. Segundo as informações confidenciadas pela nossa fonte, o pessoal menor não recebe seus salários há quase dois anos e nos últimos dias muitos dessa classe de  trabalhadores não têm comparecido no local de trabalho por falta de dinheiro para deslocação. O repórter constatou ainda no terreno que a situação higiénica do ministério, sobretudo das casas de banho requer uma intervenção urgente.  

Por: Filomeno Sambú

Foto: Marcelo Na Ritche

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