Editorial: TRIBALISMO? UMA FALSA QUESTÃO…

As disputas em curso para a conquista da cadeira presidencial confirmam quão vazia é a nossa classe política e o elevado grau de desnorte. A recorrente tentativa de forjar a retórica em torno de etnias e religiões para tirar proveitos políticos é um autêntico sintoma de frustração dos que nada conhecem da história da formação da República da Guiné-Bissau, selada na unidade e carimbada na comunhão de diferentes crenças e culturas para destino comum de emancipação. Os acólitos do populismo fantoche vivem numa sociedade cujo sistema de organização desconhecem completamente.

Em cada pleito eleitoral, surgem narrativas que visam sempre persuadir o martizado povo a consumir as demagogas fórmulas de divisionismo e desconfiança, excelentes esquemas de dividir para melhor reinar, ou como diria o outro,  separar para melhor explorar… De eleição em eleição, o formato não difere, mudam-se apenas as decorações. 

Em 2005, o país no seu todo foi tomado refém durante a disputa da segunda volta de eleições presidenciais entre Malam Bacai Sanhá e João Bernardo Vieira (Nino). Todas as armas de discórdia foram ensaiadas para a conquista do trono e, no final o povo percebeu que tudo não passou de um puro festival de venda de ilusões.

Em 2019, o cenário está em curso para repetir o mesmo filme e a reprodução dos mesmos métodos: instigação do fenómeno étnico e vitimização para ganhar simpatias. Os instigadores, presentes em diferentes estruturas de campanha [farinhas do mesmo saco], sob diversas formas e modus operandi, lançando pedras e escondendo mãos através de  diretos nas redes sociais. A instigação do ódio, a propagação de discursos separatistas tornaram-se métodos de recrutamento das massas e de formatação das opiniões.

Na verdade, esta infeliz táctica, à semelhança da experiência do passado, está condenada ao falhanço. O povo guineense já deu prova de resiliência perante o populismo desviado. As raízes do sólido tecido social que caracteriza o povo guineense continuarão intactas, apesar de agressões de destruição da coesão nacional. Depois das eleições, surprendentemente, o país deixa de ter etnias, não se ouve mais a campanha sobre o tribalismo, sobre soberania. Prova evidente da pobre e perigosa estratégia desta classe política sem visão, sem vergonha na cara, apoiada por uma população a quem é negado o direito de ter uma educação de qualidade, saúde  e dignidade.

Por: Redaçao 

2 thoughts on “Editorial: TRIBALISMO? UMA FALSA QUESTÃO…

  1. os nossos irmaosde outro lado pensam que nos continuamos a dormir? ate quando podemos estar de bracos cruzados a ver a nossa patria amada a ser destruida por gente tao viciada que esta esta classe politica criada do nada pelo PAIGC de hoje? a Guine passou a ser SO de um grupinho gde gente que nem se quer conhecem a Guine e o seu Povo? Basta ver a composicao dos sucessivos governos para compreender que ha uma discriminacao profunda no aparelho de Estado contra um grupo de quase 80 por cento da nossa populacao…como poderemos querer desenvolver o nosso pais isolando toda esta camada de indigenas que optaram por manter as sua raizes culturais e linguisticas em vez de “assimilar se a la Cap verdiene”?
    muitas tribos da Guine resistiram a colonizacao cultural Portuguesa durante 500 anos, resistiram mesmo a colonizacao dos Arabes em termos linguisticos, E querem que nos todos nos transformemos em Cristoes falantes de Crioulo? muitas das nossas linguas maternas sao faladas na nossa sub regioa,.. caso de mandinga e Fula que sao quase falados em todo o espaco de CEDEAO.. mas o Guineense por questoes de comprexos de inferioridade prefere optar por crioulo que eh uma lingua de emigrantes que ninguem entende para alem da corda de Safim? NEGAMOS A LINGUA OFICIAL E ABRACAMOS A LINGUA DO EMIGRANTE QUE VEIO PARA GUINE COMO SUPORTE DO COLON PARA NOS FAZER MAL? ONDE ESTA O PATRIOTISMO E A NOSSAO DE RESPOEITO PELA NOSSA CULTURA? O CRIOULO ACABOU COM O USO DO PORTUGUES QUE DEVIA SER A NOSSA LINGUA OFICIAL E NACIONAL…… AS PESSOAS QUE NEM SE QUE FALAM O DIALECTO QUE “MAMARAM” GABAM SE DE”NHOBI CRIOL” COMO SE O CRIOULO FOSSE ALGUMA LINGUA DE INTERESSE INTERNACIONAL?
    EU SOU FULA DE 50 ANOS , DOS QUAIS 40 PASSADOS FORA DA MINGA TABANCA, FALO 7 LINGUAS, 5 ESCRITAS, MAIS DOMINO A LINGUA FULA ATE A DATA PRESENTE, NUNCA TROCAREI O MEU SOTAQUE DE FULA COM O CRIOULO.. EH COMO TROCAR DIAMANTES COM CARVAO…….. DEIXEM DE MEXERCOM O SENTIMENTO DAS PESSOAS…QUAMDO UM LEAO DORME DEIXEM NO DORMIR… VAM PROCURAR A VERDADEIRA HISTORIA DA AFRICA… NOS SOMOS UM DOS POUCOS SE NAO O UNICO POVO QUE OS EUROPEUS ENCONTRARAM ORGANIZADOS A VESTIR ROUPA , LER E ESCREVER E COM UM ORGANIZACAO SOCIAL E ECONIMICA IGUAL OU MELHOR QUE AQUELA QUE TRAZIAM……
    KINKI MISTI BINTI SI RACA KILA I SI PROBLEMA, ANOS NOKANA BINDI DE NOS.. PABIA NOTA SITNTI BEM NANO PELE ETNICA E RELIGIOSA…

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