Crise Política: CEDEAO CONVIDA PAIGC E PRS À CIMEIRA DE LOMÉ PARA UMA NEGOCIAÇÃO POLÍTICA 

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental  (CEDEAO) convidou os dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde  (PAIGC) e do Partido da Renovação Social  (PRS), para participarem na Cimeira dos Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO, que se realiza em Lomé, capital do Togo com propósito de encontrar uma solução para crise política que assola o país há mais de dois anos.

Desta vez o grupo de 15 deputados, o Partido da Convergência Democrata (PCD), a União para Mudança e do Partido da Nova Democracia (PND) não foram convidados para a Conferência dos Chefes de Estado e do Governo, realizada para analisar a situação da crise política e parlamentar na Guiné-Bissau.

A delegação dos libertadores está constituída por Domingos Simões Pereira, presidente do partido, Califa Seidi, 3° vice-presidente do partido e Dan Yalá, membro do Bureau Político. A delegação dos renovadores é dirigida por Martina Moniz, terceira vice-presidente do PRS, Sola N’quilim Na Bitchita e Carmelita Pires, ambos altos dirigentes do partido.

Para além dos dirigentes destes dois maiores partidos políticos com assento parlamentar fazem parte da comitiva que viajou de Bissau para Togo (com trânsito em Dacar, Senegal), representante da Comissão da CEDEAO no país, Blaise Diplo e presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá.

SIMÕES PEREIRA: “VAMOS DE ESPÍRITO ABERTO PARA ENCONTRAR SOLUÇÃO QUE DESBLOQUEIE A SITUAÇÃO”

O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, disse esperar na sua declaração que a CEDEAO levará propostas concretas para negociação para tentar desbloquear a situação prevalecente. Esclarece, no entanto, que não conhece a agenda da Cimeira, contudo afirma que é uma Conferência dedicada à Guiné-Bissau, com o intuito de fazer o balanço da implementação do Acordo de Conacri.

“Para nós o Acordo de Conacri tem um conjunto de pressupostos e vamos continuar a exigir o seu cumprimento. E como eu acabei de dizer, reconhecendo mais um ano e meio decorrido depois da assinatura do Acordo é perfeitamente normal que a organização que patrocinou essa assinatura quer fazer avaliação e se encontrar pontos de estrangulamento deverá considerar os objetivos, propor medidas e alternativas às soluções”, espelhou.

Assegurou que tem o mandato dos órgãos competentes do partido para negociar as possíveis propostas que serão avançadas pela CEDEAO.

Questionado se está confiante se desta vez é possível encontrar uma solução o líder do PAIGC disse que os libertadores sempre defendem que o bom senso prevaleça.

“Insisto repetir que a nossa vocação é reforçar as instâncias da soberania. O Estado do direito democrático. É verdadeiramente triste, quando é preciso uma mediação estrangeira para nos dizer que é preciso cumprir as nossas leis internas, mas é a realidade que vivemos na Guiné-Bissau. Portanto, vamos de espirito aberto para tentar encontrar uma solução que desbloqueie a situação do país”, notou.

PRS DESCARTA A ESCOLHA DO NOME DE AUGUSTO OLIVAIS COMO PRIMEIRO-MINISTRO

 

A terceira vice-presidente do Partido da Renovação Social (PRS), Martina Muniz, disse que a delegação do partido está com a expectativa enorme quanto à negociação em Lomé, porque, no seu entendimento, a Guiné-Bissau deve sair desta situação da instabilidade institucional em que está mergulhada, por isso está confiante e sugere que tudo seja resolvido num ambiente de tranquilidade.

Interrogada se o partido tem uma proposta da crise explicou que o seu partido vai esperar o resultado da Cimeira dos Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO, em que será debatida a situação da crise guineense.

“O PRS não tem uma proposta por em enquanto, mas temos alguma coisa em manga. Mas tudo dependerá da Cimeira. Desde a primeira hora, o PRS tem demostrado sempre a vontade de resolver o problema através de uma via pacífica, para que o país volte à normalidade institucional”, disse, afirmando que o PRS apoio a implementação do Acordo de Conacri

“O nosso partido pede agora que o Acordo de Conacri seja aplicado no espírito da letra, mas descarta e continua a descartar o nome de Augusto Olivais, por motivo que todos vocês sabem”, referiu sem, no entanto, esclarecer que tipo de motivo.

Cipriano Cassamá, presidente da ANP, disse aos jornalistas que vai a Lomé para testemunhar um acordo entre o PAIGC e PRS, tendo assegurado que “estou muito confiante que regressaremos com uma solução que ajudará o povo guineense e o país a sair desta situação”.

“Enquanto primeiro responsável do parlamento guineense farei tudo que estiver ao meu alcance para que possamos sair desta situação. Faremos esforço para que possamos voltar com sucesso que beneficiará o povo. Os nossos problemas pessoais não podem estar acima dos problemas da Guiné-Bissau”, indicou.

 

 

 

 

Por: Assana Sambú

Foto: AS

 

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