O presidente do Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF), Domingos De Carvalho, advertiu esta sexta-feira, 07 de maio de 2021, que as sucessivas greves na função Pública podem deitar por terra todas as conquistas conseguidas pela classe dos professores.
Domingos de Carvalho frisou que para além de ter o ano letivo 2020/2021 nulo, os professores correm o risco de perder horas de trabalhos, devido à falta de visão estratégica para encontrar soluções.
Carvalho falava em conferência de imprensa, durante a qual, alertou os professores e outras organizações que se pautem por outra via, se não conseguirem resultados desejados, devido à conjuntura mundial da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), bem como ao problema estrutural nacional.
“Onde estão os resultados de quatro meses de greve na função pública? Para quem não tem a memória curta, antes da primeira vaga ter sido decretada, o governo já estava a pagar retroativos e salários correntes. Porém, com as ondas de paralisações, o executivo saiu do ritmo em que estava. É com muita pena que escutei o líder da Frente Comum a dizer que mesmo que o Governo pagasse todas as dívidas do setor educativo, a greve não seria levantada”, sublinhou.
O sindicalista pediu aos professores para voltarem às salas de aula enquanto recebem salários, subsídios de giz e de isolamento todos os meses, porque caso contrário estarão a puxar arma branca contra si mesmos.
Segundo Domingos de Carvalho, não está só em causa a aplicação de carreira docente, que tanto foi badalada, sim, existe um artigo nessa carreira que fala de progressão, desempenho e avaliação de escrita.
“Mas se o setor continuar com essas greves até um ano, quando é que os professores vão beneficiar dessa progressão? O governo não vai aceitar, pelo que é preciso voltar às salas de aula”, indicou.
Domingos de Carvalho defendeu, por isso, que a greve nunca resolverá problemas do setor educativo guineense, tendo lembrado a célebre frase de Amílcar Cabral que dizia: “é preciso pensar antes de agir e agir para poder pensar melhor, esperar o melhor, mas também preparar-se para o pior”, portanto a luta “nunca é tarde e um dia vamos conseguir”.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
