NOVO MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS ENCARA DESAFIO COM SENTIDO DE RESPONSABILIDADE

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, João Ribeiro Butian Có, disse hoje que assume a diplomacia guineense com a satisfação, mas, ao mesmo tempo, com o “sentido de responsabilidade” e consciente dos desafios que terá pela frente em manter a imagem do país e permitir boa colaboração dos guineenses que estão na diáspora.

A impressão foi deixada esta sexta-feira, 27 de Abril de 2018, quando recebia, do Jorge Malú, antigo ministro que ocupou a mesma pasta, as chaves do seu gabinete no Palácio do Governo. A mesma ocasião serviu igualmente para a passação entre o Secretário de Estado cessante das Comunidades, Dino Seidi e o seu sucessor, Queba Banjai.

A cerimónia da entrega do Gabinete decorreu na presença dos diretores gerais de diferentes departamentos daquele Ministério, na qual Butiam Có afirmou que não irá descurar das responsabilidades que tem na senda internacional, de ser coerente em termos de política e ação governativa. Contudo,  deixa claro que os próximos sete meses que o seu governo tem, serão  reservados fundamentalmente para criação de condições que garantam a organização  das eleições legislativas em Novembro deste ano.

Neste sentido, o chefe da diplomacia guineense disse que espera poder contar com os tradicionais parceiros do país, sobretudo, neste período eleitoral, o grupo P5, “que têm feito um trabalho de acompanhamento para que possa haver estabilidade democrática institucional”, países amigos da sub-região, da África, Europa, Asia, etc… “para que daqui a sete meses o país possa realizar as eleições”.

Butiam Có disse estar consciente das necessidades de restruturação que é preciso fazer para minimizar as dificuldades, numa instituição que funciona com mais de 80 por cento de estagiários, como funcionários.

“Em sete meses esse assunto não será naturalmente a nossa prioridade mas também não podemos deixá-lo de lado. Há documentos, reformas já feitas, os diagnósticos realizados, apenas esperamos ter a capacidade e o apoio dos superiores para que possamos  contribuir, que essa casa se relance, trabalhe e defenda a imagem do Estado guineense e os dos cidadãos do seu país”, enfatizou.

Foi crítico quanto ao funcionamento do Ministério e disse que a instituição não pode estar a funcionar  com mais de 80 estagiários como funcionários e ter numa representação diplomática com vinte ou trinta diplomatas.

“O problema está identificado, que posamos todos contribuir para lançar as bases das reformas necessárias para que depois das eleições de Novembro haja efetivamente condições de implementar uma diplomacia efetiva para o bem-estar do Estado da Guiné e dos cidadãos tanto dentro como na diáspora”, advertiu.

JORGE MALÚ RECONHECE TRABALHO DE ESTAGIÁRIOS DO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

O ministro dos Negócios Estrangeiros do governo demitido, Jorge Malú, reconheceu, por sua vez, o desempenho dos funcionários estagiários, com quais trabalhou durante a vigência do executivo que Umaro Sissoco Embaló liderou por treze meses (um ano e um mês) e no período de gestão, depois da queda do Embaló.

Jorge Malú realça com particular sentimento que nem sabia como esses voltavam ou quando chegavam a casa, porque, conforme disse, são os primeiros a chegarem ao serviço e últimos a saírem do Ministério, enfatizando que “sem os quais as direções-gerais não funcionariam”.

O antigo chefe da diplomacia da Guiné-Bissau disse que deixa o Ministério feliz, porque foi substituído, no cargo, por alguém que conhece a casa, por isso disse que acredita que tudo que foi feito pela sua equipa terá um bom fim.

Aponta, contudo, que um dos maiores problemas do Ministério tem a ver com a falta dos recursos humanos e a restituição de cadeia de comando, por ser o mais cobiçado por todos devido às influencias externas e quebra de comando neste Ministério.

Finalmente, Jorge Malú entregou, no final da cerimónia, um relatório síntese de quatorze meses do desempenho da sua equipa, ao novo Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, João Butian Có.

 

Por: Assana Sambú/Filomeno Sambú

Foto: AS

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