Legislativas em Portugal: TRÊS MULHERES DE ORIGEM GUINEENSES REPRESENTAM ÁFRICA EM SÃO BENTO

A Guiné-Bissau e Portugal juntaram -se, no dia 06 de Outubro de 2019, para escrever uma nova página na história que será contada às gerações, graças à eleição inédita de três mulheres de origem guineense à Assembleia da República Portuguesa (AR). A eleição das três mulheres espelha ao mundo que a mulher africana pode sonhar e ultrapassar o mundo de doméstica e de empregada  de limpeza no seu quotidiano  no ocidente.

Pela primeira vez, a Assembleia da República Portuguesa contará com parlamentares de origem guineenses, tranta-se de Joacine Katar Moreira, eleita deputada pela lista do partido Livre, sendo ela a primeira do seu partido a chegar ao Palácio do São Bento. A outra deputada de origem guineense é Romualda Fernandes, eleita pelo Partido Socialista (PS), do qual é militante faz 20 anos. 

Pelo Bloco de Esquerda foi eleita deputada a professora Beatriz Gomes Dias, que é docente de Biologia. Por coincidência as três deputadasa todas foram eleitas no Círculo Eleitoral de Lisboa. 

Segundo dados e  informações veiculadas pela imprensa portuguesa, é a primeira vez na história da democracia lusa que o São Bento terá parlamentares afrodescendentes e negras, especificamente todas da Guiné-Bissau. 

As três deputadas luso-guineenses comprometeram-se em combater o racismo em Portugal. Elas espalharam acima de tudo que as mulheres africanas são capazes de fazer mais, não apenas de fazer trabalhos domésticos e de limpeza, como é usual no território luso. 

Conheça as guineenses no parlamento português

Joacine Katar Moreira: Partido Livre

Nasceu na Guiné-Bissau no dia 27 de Julho de 1982. É  Licenciada em História Moderna e Contemporânea – vertente de Gestão e Animação de Bens Culturais, possui Mestrado em Estudos do Desenvolvimento e tem Doutoramento em Estudos Africanos pelo ISCTE-IUL.

É fundadora e coordenadora do Instituto da Mulher Negra (IMUNE). Foi segunda na lista do Livre para às últimas eleições europeias de 2019, mas o seu partido não conseguiu eleger nenhum deputado Europeu. 

Já nas legislativas de 6 de Outubro de 2019, encabeçou a lista do Livre para o Círculo de Lisboa, onde foi eleita deputada à Assembleia da República, sendo ainda a primeira mulher negra a encabeçar a lista duma formação política em Portugal. 

Romualda Fernandes: Partido Socialista (PS) 

Nasceu a  10 de setembro de 1954 na Guiné-Bissau. Em 1996 licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, por equivalência em exame ad hoc. 1979: Licenciada em Ciências Jurídicas/Direito pela Universidade de Paris VIII, Saint Denis, França.

Desde dezembro de 2013: é assessora do 1.º Secretário da Mesa da Assembleia Municipal de Lisboa. De novembro de 2009 a maio de 2011: Adjunta no Gabinete da Secretária de Estado da Administração Interna do XVIII Governo Constitucional, onde desempenhou funções de acompanhamento da atividade do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, nomeadamente, o processo legislativo sobre o Regime Jurídico de Estrangeiros, Lei dos Cidadãos da União Europeia e seus Familiares, Asilo e Proteção Subsidiária, Lei da Nacionalidade e política de imigração e asilo.

De abril de 2005 a outubro de 2009: Adjunta no Gabinete do Secretário de Estado Adjunto da Administração Interna do XVII Governo Constitucional tendo desempenhado as funções de acompanhamento da atividade do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras,  elaborando o Plano para a Integração dos Imigrantes.

De 2003 a 2005:  Consultora na Direção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas., tendo sido responsável pela implementação do Pacto Territorial do Seixal, no âmbito do Programa Comunitário Equal «Migrações e Desenvolvimento».

De 2002 a 2003: desempenhou as funções de consultora na Organização Internacional para as Migrações, tendo sido responsável pela implementação de projetos no âmbito do Programa Comunitário Equal, coordenados pela Organização Internacional das Migrações (OIM), em parceria com Entidades públicas, privadas e organizações da sociedade civil.

Beatriz Gomes Dias: Bloco de Esquerda (BE) 

Nasceu em 1971, em Dakar, Senegal. É de origem guineense. É Licenciada em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra e Mestre em Comunicação de Ciência. Docente  de Biologia, no ensino básico e secundário. Integra a associação SOS Racismo e é fundadora e dirigente da Djass – Associação de Afrodescendentes.

Tal como a Joacine Katar Moreira e Romualda Fernandes, promete lutar pela igualdade de todos, sobretudo no combate ao racismo. 

Recorde-se que em 2016, no Europeu de futebol disputado em França, o avançado luso-guineense Éder apontou o golo histórico que deu ao Portugal o seu primeiro título europeu, agora é a vez de um virar de páginas na política, onde no centro está novamente a Guiné-Bissau. 

Por: Sene Camará 

2 thoughts on “Legislativas em Portugal: TRÊS MULHERES DE ORIGEM GUINEENSES REPRESENTAM ÁFRICA EM SÃO BENTO

  1. Oiça lá que seja e vamos rezar para que lembrem porque que foram eleitas por fim as minhas congratulações para as 3 políticas parabéns coragem tudo de bom e melhor

  2. A Guiné Bissau está de parabéns Pela demonstração positiva a capacidade dos seus filhos.
    Ao meu ver agradeço imensamente a polícia portuguesa e o povo pela maturidade demonstrada ao mundo na luta…

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