Djurtus: BOCUNJI CÁ DEFENDE A SAÍDA DE BACIRO CANDÉ DO COMANDO DA EQUIPA TÉCNICA

O antigo capitão da seleção nacional de futebol da Guiné-Bissau, Bocundji Cá, defendeu a saída de Baciro Candé do comando da seleção Nacional.

Embora tenha realçado o trabalho desenvolvido pelo atual selecionador, Baciro Candé, que permitiu a qualificação por três vezes consecutivas para o Campeonato Africano das Nações (CAN), Bocundji Cá afirmou que “chegou a altura de Candé ser demitido do cargo que ocupa desde 2016”.

“Reconheço que Baciro Candé fez história, mas se eu fosse o presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) negociaria com ele mostrando-lhe a necessidade de  haver mudanças na equipa técnica”, disse.

Bocundji considerou “uma brincadeira” o anúncio de voto da confiança ao Baciro Candé, pela FFGB.

“Chegou a hora de fazer um trabalho sério. Eu vou fazer o meu trabalho de base juntamente com as autoridades do país para mudar o paradigma no futebol da Guiné-Bissau”, declarou.

Em conferência de imprensa realizada na quinta-feira, 17 de março de 2022, o antigo futebolista abordou assuntos da atualidade futebolística nacional. Alertou à direção executiva da FFGB que a seleção dos Camarões chegou às meias-finais do último CAN, mesmo assim demitiu do cargo o seu selecionador, o português António Conceição.

Cá revelou ter tido um papel fundamental na escolha de Baciro Candé para assumir o cargo em 2016, após a demissão da então equipa técnica liderada pelo treinador português, Paulo Torres.

“Se tiverem dúvidas, podem perguntar ao então secretário de Estado dos Desportos, Conduto de Pina, confirmar-vos-á que a sugestão dos nomes de Baciro Candé e Romão dos Santos foi minha e aconteceu no hotel Zurique, em Portugal. Por isso tenho autoridade moral de exigir a sua demissão”, salientou Cá, visivelmente desapontado com a atual forma que está a ser gerido o futebol nacional.

A Guiné-Bissau participou nos três últimos CAN, nomeadamente em Gabão 2017, Egito 2019 e Camarões 2021, mas nunca conseguiu apurar-se para a segunda fase da prova. Nas duas últimas edições, não conseguiu marcar nenhum golo. Os Djurtus iniciam a preparação para a campanha do CAN 2023 a realizar-se na Costa do Marfim, com críticas à volta da equipa técnica.

“Candé já não tem nada para dar à seleção nacional. É urgente fazer uma mudança”, defendeu.

O antigo médio defensivo do Stade de Reims da França abordou ainda o seu percurso como jogador profissional e a sua ambição para o futuro. Cá, que recentemente abandonou as funções de diretor executivo das seleções do organismo, afirmou que trabalhou muito para o relançamento da seleção nas competições internacionais, mas agora sente-se abandonado pelos responsáveis que dirigem o futebol nacional.

Cá revelou que um dos seus desafios é fazer história como dirigente no futebol nacional e ambiciona assumir a liderança da FFGB.

Em relação a sua ligação com atual presidente da FFGB e restantes membros do órgão, o antigo capitão da seleção nacional disse que não existe nenhum mal-estar com Carlos Mendes Teixeira “Caíto”, contudo, acusou-o de não ter dado ouvidos ao projeto para melhoramento de futebol que lhe apresentou várias vezes.

Por: Alison Cabral

Author: O DEMOCRATA

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