Procurador Geral da República: “NAS ÚLTIMAS DÉCADAS HOUVE UM AUMENTO EXPONENCIAL DA CORRUPÇÃO NA GUINÉ-BISSAU”

O Procurador Geral da República, Bacar Biai, afirmou esta terça-feira, 31 de maio de 2022, que a corrupção tem sido um cancro na sociedade guineense e que nas últimas décadas houve um aumento exponencial desse fenómeno, tanto na  sociedade como nas instituições públicas.

“Nenhuma sociedade, nessas circunstâncias, é isenta da corrupção, se os seus líderes são corruptos”, afirmou Biai.      

Bacar Biai falava na cerimónia de apresentação do Plano Estratégico de Combate à Corrupção sob lema, “Ministério Público, Olho do Cidadão”.

O ato contou com as presenças dos presidentes do Supremo Tribunal de Justiça, José Pedro Sambú, e do Tribunal de Contas, Amadu Tidjane Baldé, entre outras personalidades.

Bacar Biai defendeu que o combate à corrupção deve ser encarado como um dever de todos, para de seguida alertar que  deixar o ministério público isolado na implementação do plano estratégico e operacional de combate à corrupção, não mudará as coisas,  pois “uma maçã boa no cesto de maçãs podres nada adianta”

O procurador Geral da República  indicou que o Ministério Público vai precisar da colaboração dos titulares dos órgãos públicos, porque “combater a corrupção exige uma liderança forte que faça cumprir as novas regras do jogo”.

“Um sistema corrupto e endémico, como é o caso da Guiné-Bissau, dificilmente é alterado de baixo para cima, sendo que, a execução do plano estratégico de combate à corrupção só poderá ser eficiente, se o governo por decisão política, acabar com o sequestro orçamental do poder judicial, em geral, e, em especial, do Ministério Público.

Por seu lado, a ministra cessante da Justiça e dos Direitos Humanos, Teresa Alexandrina da Silva, disse que a corrupção é um complexo fenómeno social, político e económico que tem vindo afetar o desenvolvimento dos países, no geral, e o da Guiné-Bissau, em particular, ganhando força na agenda política mundial à medida que os organismos internacionais passaram a divulgar estudos empíricos, mediante a sua mensuração, análises das possíveis causas e a criação de diretrizes de boa governação, com destaque para o Banco Mundial e a organização não governamental, Transparência Internacional.

A governante sublinhou que o desenvolvimento constitui um direito consagrado na declaração sobre o direito ao desenvolvimento adotado pelas Organizações das Nações Unidas em 1986, contudo, frisou que requer uma globalização ética e solidária para a melhoria das condições de vida das populações e a oportunidade de acesso aos serviços básicos.

Teresa da Silva salientou que, a corrupção se afigura como entrave grave ao investimento, crescimento económico, estimula a pobreza, fomenta a instabilidade política, social e institucional.

Por: Aguinaldo Ampa

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