A Rede de Defensores dos Direitos dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau (RDDH) lançou esta terça-feira, 27 de maio de 2025, o Projeto “Tolerância Zero à Corrupção na Guiné-Bissau”, financiado pelo Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), por um período de um ano.
O objetivo do projeto visa promover a consciencialização da sociedade, incentivar as comunidades a estarem vigilantes sobre atos de corrupção e implementar os mecanismos de alerta precoce para identificar os indícios de corrupção.
Outros objetivos relacionados visam fortalecer a voz dos cidadãos em denunciar ações corruptas na administração pública, em geral, assim como sensibilizar os governantes sobre a necessidade de transparência na gestão da coisa pública.
Igualmente o projeto visa melhorar a sensibilidade do Ministério Público e dos órgãos de polícias criminais na investigação dos casos ligados à corrupção no país, identificar e abordar os desafios específicos que as comunidades enfrentam, devido à exploração de recursos naturais sem o envolvimento das comunidades afetadas.
Na ocasião, o Coordenador Nacional do projeto, Vitorino Indeque, disse que o projeto tolerância zero à corrupção surge como “um marco fundamental” na construção de um país, onde a integridade e a ética “são pilares inquebrantáveis da sociedade guineense”.
Vitorino Indeque alertou que a corrupção não é apenas um desvio de conduta, mas também um ato que ‘mina a confiança do povo”, assim como enfraquece as instituições e compromete as oportunidades de desenvolvimento.
Indeque prometeu, por isso, reforçar as suas estratégias, promovendo a transparência e estabelecimento de mecanismos eficazes para a erradicação das práticas ilícitas em todos os setores de “uma sociedade fragilizada pelo ódio de corrupção que se vê todos os dias e em todos cantos da sociedade guineense e no país”.
Segundo Vitorino Indique, durante um ano de implementação do projeto, trabalharam “incansavelmente” para garantir que cada recurso público fosse utilizado para o bem-estar do povo, cada decisão seja tomada com responsabilidade e que cada cidadão seja protegido contra abusos do poder, através de ações de monitoramento, alerta precoce e sensibilização das comunidades sobre a má eficiência da corrupção.
Por sua vez, o presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Fodé Caramba Sanhá, defendeu a necessidade de todos focarem na corrupção para que seja um alvo abater.
Caramba Sanhá criticou, no seu discurso, o facto de ser, paradoxalmente, a própria sociedade guineense a incentivar ou a encorajar a dilapidação das coisas públicas, através de conselho de familiares e amigos ao aproveitamento pessoal.
Perante esta situação, o presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil defendeu que é necessário que as famílias e amigos desencorajem os que ocupam cargos importantes na administração pública e nas empresas privadas a não aproveitarem dos bens comuns a seu favor.
“Para que o combate à corrupção impacte favoravelmente aos cidadãos, é preciso haver uma vontade e determinação dos decisores políticos, uma medida que consubstancia em legislar para que seja assente o ónus de prova a jusante à construção de uma prisão para a reabilitação dos reclusos que lá forem cumprir as suas penas exemplarmente e voltar a integrar a sociedade com dignidade”, indicou.
Por: Carolina Djemé.
Fotos: CD



















