O Major-General Horta Inta-a é o novo Presidente da República da Guiné-Bissau, assumindo uma transição de um ano proposta pelo Alto Comando Militar para restaurar a segurança nacional e a ordem pública.
A tomada de posse foi anunciada pelo próprio durante um discurso transmitido pela Rádio de Difusão Nacional (RDN), órgão estatal.
Na ocasião, Horta Inta-a agradeceu a confiança das Forças Armadas e afirmou que a instituição decidiu intervir para “salvaguardar a democracia e a estabilidade política”, que, segundo ele, estavam ameaçadas.
O novo líder de transição justificou a ação militar — empreendida poucos dias antes da divulgação dos resultados provisórios das eleições legislativas antecipadas e presidenciais — com alegadas ameaças de ingerência, desordem pública e risco de desintegração do Estado de Direito. Segundo ele, tais riscos exigiam uma intervenção imediata.
Horta declarou ainda que estaria em curso um “plano de golpe de Estado com apoio de narcotraficantes”, que, aproveitando-se do processo eleitoral, procurariam “capturar a democracia guineense”.
O oficial afirmou que a incapacidade dos atores políticos para conter a degradação do ambiente político acabou por motivar a intervenção das Forças Armadas.

Reconheceu, contudo, que o país atravessa um momento “difícil e delicado”, e garantiu que o alto comando militar trabalhará para restabelecer a normalidade, com foco no combate ao narcotráfico e à corrupção.
Por fim, Horta N’Ta apelou à colaboração dos partidos políticos, da sociedade civil e da juventude, sublinhando a necessidade de preservar a estabilidade política, a paz, a ordem pública e a unidade nacional.
Quem é o novo Presidente de Transição?
Conhecido nas fileiras militares como N’Ta, o novo líder era, até à sua indicação, Chefe do Estado-Maior do Exército e uma figura próxima do Presidente deposto, Umaro Sissoco Embaló, a quem serviu desde 2020.

Formado na antiga União Soviética na área de radiocomunicação, Horta Inta-a foi comandante do batalhão da Presidência da República, depois nomeado Comandante da Guarda Nacional. Mais tarde, foi promovido pelo ex-Presidente Embaló à patente de Major-General, nomeado Chefe de Estado-Maior Particular, cargo que exerceu por alguns meses antes de ser demitido.
Posteriormente, assumiu o cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército, função que desempenhou até à sua indicação e tomada de posse como Presidente de Transição da Guiné-Bissau.
Por: Redação
















