COP 22: LÍDERES DA SOCIEDADE CIVIL DEBATEM FINANCIAMENTO CLIMÁTICO

Os membros da Sociedade Civil de todos os países presentes na sua segunda conferência da COP 22, debateram, na cidade de Marraquexe, em Marroocos, a questão de Financiamento da Transformação para o Desenvolvimento Sustentável dos Territórios.

Falando em representação do Presidente da COP 22 e Ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos Salaheddine Mezouar, o líder da Sociedade Civil de Marrocos Driss El Yazami considerou de extrema a importância o papel das cidades e dos Territórios na luta contra as Mudanças Climáticas, asseverando que “a dinâmica internacional colocou a resiliência das cidades e dos coletivos locais no centro do debate” sobre as Mudanças Climáticas.

Também, pela mesma diapasão, numa mensagem de vídeo gravada especialmente para a COP 22, o antigo Presidente da Câmara Municipal de Nova Iorque Michael Bloomberg considerou que “as cidades têm um papel importante na adoção do Acordo de Paris e têm um papel ainda mais importante na sua implementação.”

Os líderes da sociedade civil presentes na sua segunda reunião na Conferência das Partes das Nações Unidas estão unanimes em reconhecerem também que os governos locais e regionais são os principais parceiros dos Estados e dos Governos Centrais na obtenção das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Assim sendo, garantem que os diversos territórios estão envolvidos de forma voluntária no ambicioso objetivo de redução de emissões delineado nos objetivos do Programa Carbono Neutro e na passagem para 100 por cento de energia renovável.

Como prova, os líderes da Sociedade Civil garantem, na COP 22 de Marraquexe, que a continuidade da mobilização do seu movimento na luta contra Mudanças Climáticas está patente nas suas diferentes iniciativas e alianças, em que os governos locais e regionais estão envolvidos. Como o exemplo apontam os projectos de “Regions Adapt, Under2MOU”, Aliança Global e pela participação dos membros da Sociedade Civil nas Cimeiras Internacionais tais como Climate Week e Climate Chance. Não obstante, todavia, os projetos que iniciaram a nível sub-nacional têm tidos dificuldades de encontrar o financiamento adequado e os fundos disponíveis são frequentemente incompatíveis com as realidades locais de cada país e continentes.

Nesta ordem de ideia, os líderes da Sociedade Civil recorreram ao relatório de 2015 do CCFLA, para mostrar que é necessário mais de 2,5 mil milhões de dólares de investimentos em infraestruturas flexíveis compatíveis com o clima para poderem manter o aquecimento global em dois graus até 2050. Ou seja, 9 por cento dos recursos dos grandes Bancos do Mundo serão direcionados para o financiamento climático a nível sub-nacional e uma grande maioria irá para projetos de mitigação.

Por seu turno, o Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e que preside também C40, Eduardo Priso, alertou também que para “financiar a transição para um modelo de baixo carbono exigirá 15 mil milhões de dólares nos próximos 15 anos”. Ainda na mesma linha da visão o Presidente das Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU), Parks Tau advertiu igualmente que “a maioria dos Investimentos para a adaptação e mitigação necessita de ser realizada a nível local, acrescentando de seguida que “nunca estivemos tão unidos face às mudanças climáticas”.

O líder da Sociedade Civil marroquina Driss El Yazami manifestou, na fase final reunião, o desejo do seu país, Marrocos, de avançar na questão da localização dos projetos de financiamento e de adaptação e mitigação que deverão ser apoiados pela presidência marroquina para dar voz às negociações da COP22. A reunião encerrou com a publicação do Roteiro de Ação de Marraquexe para o Clima das Cidades e Regiões do Mundo.

 

 

Por: António Nhaga, enviado especial de O Democrata à Marraquexe/Marrocos

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *