ARISTIDES GOMES AFIRMA QUE GOVERNO NÃO VAI DESCONTAR AOS PROFESSORES PELA OBSERVAÇÃO DA GREVE

O Primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, afirmou esta terça-feira, 12 de fevereiro de 2019, que o executivo que lidera já não vai descontar os três meses em que a classe docente observou greves que paralisaram as escolas públicas nos meses de outubro, novembro e dezembro. Também admitiu que o governo vai repor os valores que terão  sido descontados no pagamento de salários do mês de fevereiro.

A intenção do executivo foi tornada pública pelo chefe do governo que também é ministro da Economia e das Finanças, numa conferência de imprensa no ministério das Finanças. Gomes disse que o governo está disposto e aberto à negociação com os sindicatos dos professores para se encontrar saídas que permitam salvaguardar o presente ano letivo que já registou três vagas de greve.

A reação do governo acontece numa altura que faltam dois dias para mais uma vaga de greve nas escolas públicas decretada pelas três organizações sindicais, designadamente: Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF), Sindicato Democrático dos Professores (SINDEPROF) e Sindicato Nacional dos Professores e Funcionários da Escola Superior da Educação (SIESE) que entregaram, na segunda-feira 11 de fevereiro, mais um pré-aviso de greve que deverá  decorrer de 14 do mês em curso a 07 de março próximo.  

A classe docente entregou um caderno reivindicativo de 29 pontos exigindo o seu cumprimento integral e no qual se destacam: a publicação da Lei da Carreira Docente no Boletim Oficial, uma lei aprovada pelo parlamento e promulgada pelo chefe de Estado, José Mário Vaz, em dezembro de 2018; o pagamento aos professores novo ingresso e contratados; o pagamento dos salários aos professores desde o pretérito ano 2003 a 2013; Que seja efetuada a harmonização das letras aos professores. Exigem ainda a conclusão dos pagamentos de retroativos aos professores reclassificados de diferentes anos e escolas de formação de professores.  

O Primeiro-ministro explicou aos jornalistas que existe um grupo de pessoas que está a aproveitar-se daquilo que considera “falhas registadas entre o Estado guineense e a classe docente”, tendo assegurado neste particular que o executivo levou em conta tal situação, razão pela qual decidiu não  descontar o mês de janeiro, apesar de a classe ter observado uma greve. 

“Tendo em conta que existem grupos que estão a aproveitar-se das falhas  entre o Estado e os professores, nós tomamos em conta a tudo isso. Já não vamos descontar nada, mesmo relativo a este último mês (janeiro). Tomamos essa iniciativa para evitar que alguém consiga aproveitar-se destas manifestações sociais de alunos para estragar os poucos recursos de que a Guiné-Bissau dispõe e comprometer o processo das eleições que vai ajudar a estabilizar o país. Tendo em conta essa situação, decidimos fechar os olhos mais uma vez sem descontar e aos que já foram descontados serão  reembolsados os seus dinheiros”, contou. 

Assegurou que o seu governo não conseguirá cumprir com alguns dos pontos da reivindicação, por exemplo, a publicação no Boletim Oficial da Lei de Carreira Docente. Segundo a sua explanação, o essencial já foi feito relativamente a este assunto.  Sublinhou ainda que o pagamento das dívidas de 12 meses de salários do pretérito ano 2003 exigido pelos sindicatos será difícil cumprir, por isso apelou à classe docente no sentido de se acalmar e aguardar que o governo que sair das eleições esteja em condições de pagar as referidas dívidas.

Sobre a questão de mais de 722 professores tidos como “Professores Fantasmas” e que não receberam os salários por cerca de quatro meses, explicou que o governo já pagou a 400 deles e que os processos dos que ainda não receberam estão a ser analisados. 

Por: Assana Sambú

Foto: A.S  

3 thoughts on “ARISTIDES GOMES AFIRMA QUE GOVERNO NÃO VAI DESCONTAR AOS PROFESSORES PELA OBSERVAÇÃO DA GREVE

  1. Tudo isso foi tarde demais, porque este ano já não merece ser salvo, é que vai virar um preconceito que todos anos ser sempre salvas, depois analisam positivamente no final do ano, nunca é negativo. Este ano deve ser nula, para que assim seja bem preparado o próximo ano.

  2. Nada disso teria acontecido se o governo tivesse feito a principio o que o primeiro ministro disse. O diálogo sempre continua a ser uma ferramenta na resolução de conflitos de interesses, e não adianta braço de ferro e nem tão pouco dizer “Ami n’kata riba tras”. É muito triste ver a atual situação do ensino nas escolas públicas do nosso país. Os nossos queridos sociólogos prezam pela igualdade das oportunidades, mas infelizmente estamos ainda longe de vê-la acontecer. Quero um país onde os filhos dos humildes e dos nobres têm pelo menos a mesma oportunidade no que diz respeito a saúde, educação e alimentação. Que Deus abençoe Guiné-Bissau!

    1. Amém Nelson, Deus está conosco.
      Felizmente na Guiné-Bissau só quem não quer enxergar pode dizer que Deus não existe. Deus é tão visível na Guiné-Bissau que nem é preciso mais ser um religioso para entender isso, tendo em conta ondas de crises que temos enfrentado. Que Deus tenha piedade dos nossos DITOS GOVERNANTES (digo assim, porque não estão cumprindo com a sua missão).

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