Os guineenses exigiram dos governantes maior responsabilidade face à atual situação em que a Guiné-Bissau se encontra, mudando a mentalidade e passarem a pensar na boa governação para que haja, nos próximos tempos, uma mudança positiva e o desenvolvimento almejado em todo o território nacional.
O pedido dos guineenses foi expresso aos microfones do semanário O Democrata que saiu às ruas de Bissau para ouvir opiniões face à comemoração dos 47 anos da independência, e perspetivar os próximos tempos.
Foi a 24 de setembro de 1973 que o país decidiu proclamar, unilateralmente, a sua independência nacional nas matas das colinas de Boé, com Nino Vieira a ser o principal protagonista da proclamação da soberania nacional. Um ano depois, a 10 de setembro de 1974, a Guiné-Bissau entra para o concerto das nações, com Portugal a reconhecer a independência do país.
O ato central da comemoração da festa da independência decorrerá no estádio nacional 24 de setembro, com as presenças de quatro chefes de Estado, nomeadamente: o da Mauritânia, do Senegal, do Burkina Faso e da Nigéria, que foram confirmadas oficialmente pela comissão organizadora do evento. De acordo com as informações disponíveis, o presidente do Togo será representado pelo chefe de governo daquele país e a Costa do Marfim será representado pelo ministro, diretor do gabinete do Presidente da República.
Portugal, Gâmbia e Libéria far-se-ão representar pelos respetivos chefes da diplomacia. Para já, destaca-se a presença do ministro dos negócios estrangeiros de Portugal.
Para Edmilson da Silva, é preciso que haja mudanças no homem guineense em termos de pensamento e governação, porque o que motivou os antigos combatentes a lutarem para tornar a Guiné-Bissau um país livre e independente foi a soberania nacional, por isso “não podemos perder mais tempo”.

“A vinda dos Presidentes de outros países à Guiné-Bissau não mudará nada no país, assim é preciso que os guineenses pensem com as suas cabeças e caminhem com os próprios pés, como dizia o pai e o fundador da nacionalidade guineense”.
Em reação ao estado atual do país, Edmilson da Silva aconselhou que o guineense deve acabar com o orgulho de ser o único que pode fazer algo de bom para o desenvolvimento do país, apropriar-se dos bens públicos para satisfazer necessidades particulares ou familiares, e abster-se da política de descriminação social porque isso não vai ajudar que haja entendimento entre os guineenses, apelando à esforços, como aconteceu no processo da luta de libertação para que juntos ” possamos levar este país rumo ao caminho almejado”.

Interpelado pelo repórter de O Democrata, Suncar Mané, uma cidadã guineense, disse que é urgente que os governantes guineenses resolvam a situação dos antigos combatentes, que deram as suas vidas para que hoje a Guiné-Bissau tornasse independente e livre do jugo colonial e dignificar os filhos dos que tombaram na luta. Segundo Suncar Mané, se essa situação não for resolvida para limpar as lágrimas desses homens que trouxeram a bandeira e hino nacional, “é impossível pensar no desenvolvimento do país”.

O Cidadão Romário Pinto considera os 47 anos da independência como anos perdidos, porque “a população guineense não beneficiou de nada que resultasse do suor dos combatentes e que garantisse a esperança para um futuro melhor”. Contudo, disse acreditar que, a partir de amanhã, depois da celebração da data de independência, a Guiné-Bissau se torne num Estado novo, devido à ambição que os jovens têm demostrado, com preparação académica para dirigir e liderar a nação guineense, a fim de competir com os outros países da sub-região.
Ernesto Gino Correia defendeu que os governantes guineenses devem assumir as suas responsabilidades no sentido de trabalhar arduamente para que o país conheça a prosperidade.
“Tendo em conta a situação vivida há 47 anos, não há dúvidas que ainda estamos longe de satisfazer o desejo do povo guineense”, notou.
Por: Aguinaldo Ampa



















