Nos últimos dois anos, um grupo de milícias tem raptado, sequestrado e espancamento cidadãos indefesos, por estes supostamente terem insultado e/ou criticado o curso da governação no país.

Esta postura é uma vã tentativa de implementar um regime de terror e consequentemente, a instalação da ditadura na pátria que custou sangue e suor.

A lista de casos isolados é longa e incluí políticos, jornalistas, técnicos de saúde, professores, os estudantes, motoristas, comerciantes, pessoal menor, vendedoras, etc.

Esses N casos aconteceram sem que as atuais autoridades tenham movido uma palha, e por mais incrível que pareça, quando são interpeladas, tentam justificar o injustificável como se estivessem numa conversa no café, o que lhes torna cúmplice destes “casos isolados”.

Esquecem-se que a elas foi dada a legitimidade constitucional de garantir a segurança dos cidadãos e seus bens.

A nenhuma autoridade é dada um cheque em branco para maltratar o povo que a elegeu, digamos o dono do PODER, através de milícias que o Estado finge não saber quem são. As atuais autoridades querem a todo custo instalar um clima de medo no país, com o intuito de silenciar as vozes críticas.

Por isso,  institucionalizaram o pelotão de milícias que rapta e espanca cidadãos nas instituições do Estado, com “direito a vídeo”, para quando a vítima vier a posicionar-se contra a ditadura instalada, sejam mandados tais vídeos a seus verdadeiros bocas de aluguer para divulgarem no Facebook. É essa a realidade indesmentível.

Posso até ser vítima de sequestro e de espancamento por parte dessas milícias de Estado, mas uma certeza tenho: não há no mundo um regime que se perpétue “ad eterno ” no poder. Podem hoje matar-me, sequestrar-me, espancar-me, mas um dia, quando os meus herdeiros estiverem em posição de força, hão de vingar e/ou eliminar a geração deles. 

É urgente pôr fim a esse prenúncio de ditadura através de raptos e espancamentos de cidadãos indefesos. E isso passa pela mobilização popular, encabeçada pelos partidos  “democráticos “, se é que ainda existem, através de métodos democráticos, nomeadamente, marchas, vigílias e comícios, quando um cidadão for raptado e/ou espancamento pelas atuais autoridades. Qualquer partido que se oponha a esse desígnio necessário deve ser mostrado, na minha opinião,  um cartão vermelho nas próximas eleições legislativas. Não se pode viver num país onde não há liberdade de expressão e de imprensa. Impingir os guineenses o culto de personalidade e/ou a divisão étnico-religiosa NUNCA será uma realidade efetiva na pátria de Cabral. 

Tu que apoias estas atrocidades, “lembra kuma tem ta kamba”!

Tenho dito!

Por: Tiago Seide 

Professor e jornalista