O advogado do Reino de Marrocos na França, Olivier Baratelli, denunciou na sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023, uma “grande campanha de manipulação de informação” e um “enorme boato” que visava Marrocos e as suas administrações.
“Hoje, 19 meses depois, não há nada. Sabíamos que era falso, era um boato, um gigantesco empreendimento internacional de desestabilização dirigido ao Marrocos”, disse o advogado referindo-se ao processo judicial no qual o reino foi a vítima.
Disse que apresentou uma denúncia contra certos meios de comunicação social e certas ONGs francesas, que acusava Marrocos de ter usado o spyware “Pegasus”, mas até agora ninguém conseguiu apresentar “alguma prova” contra o reino.
Olivier recordou na conferência de imprensa que Marrocos iniciou de imediato um processo judicial e, poucos dias depois, foram apresentadas dez citações diretas ao Tribunal Penal de Paris por difamação contra “Histórias Proibidas” e “Amnistia Internacional”, e os “mais fervorosos apoiantes” destas teses em França, nomeadamente os media Le Monde, France Info, a unidade de investigação da France Inter, Médiapart e L’Humanité.
“Esses casos foram pleiteados e litigados novamente a 15 de fevereiro perante o Tribunal de Apelação de Paris”, refere o advogado, afirmando que há uma “impressão de escuta real” por parte dos juízes, que proferirão seus julgamentos em 12 de abril de 2023.
“Temos realmente muita confiança nas decisões que vão ser tomadas”, assegurou o advogado, lembrando que já em novembro de 2021, o boato já tinha sido vazado depois de o então primeiro-ministro, Jean Castex, ter dito à Assembleia Nacional que o telefone do presidente Emmanuel Macron nunca havia sido infetado, depois de enviá-lo aos serviços franceses que o examinaram e constataram que o dispositivo não continha vestígios de spyware.
“Sabíamos que era falso e, no entanto, em novembro, Le Monde e France Inter continuaram a espalhar o boato, por isso introduzimos cinco processos por difamação”, acrescentou.
Para sustentar suas teses, alguns jornalistas haviam apresentado denúncias simultâneas por veiculação de notícias, uma situação “grotesca e incrível”, observou, indicando que essa denúncia foi acompanhada pelo Ministério Público de Paris por pouco mais de um ano.
“Encontrámo-nos com o procurador, alimentamos o seu processo e demonstrámos, com provas científicas – fornecidas por um colégio de peritos informáticos – que era impossível a Marrocos usar este software, e um ano depois este procurador considerou que estávamos enfrentando uma das maiores manipulações da mídia de todos os tempos”, disse.
Acrescentou que os advogados do Reino em França apresentaram todas as provas de que Marrocos nunca comprou, adquiriu ou utilizou a Pegasus direta ou indiretamente, tendo o Ministério Público finalmente considerado que era mesmo necessário abrir uma investigação judicial que foi confiada em setembro de 2022 a dois juízes de instrução.
“O Marrocos entrou com uma ação civil em 6 de fevereiro. Somos parte neste caso e poderemos trabalhar, de mãos dadas, com os juízes de instrução para desmantelar completamente este boato e acabar com ele na mídia de uma vez por todas”, afirmou.
Por: Redaçã



















