Opinião: PAI FMI DEIXA DE PEDIR A CONTENÇÃO DE DESPESAS À GUINÉ-BISSAU?!

As antigas autoridades guineenses têm-nos vendido uma ideia baratinha de que a retirada de mais de 1.500 técnicos da saúde na administração pública deve-se às exigências do papa Fundo Monetário Internacional (FMI). Uma falsa questão. Só enganaram as pessoas menos atentas. A mim estes políticos que temos não me enganam.

Essa gente, desde a sua entrada em funções, tem elegido como alvo a bater o CONHECIMENTO e a MERITOCRACIA. Por isso, sabendo que a escola, digamos a formação de um homem novo é a bússola para a conscientização de uma massa crítica, mataram-na (A ESCOLA), simplesmente. E, por pior que pareça, enterraram o setor da saúde, condenando a população a morte lenta. 

Quantas pessoas morreram neste período em que o FMI vos mandou expulsar do sistema os técnicos de saúde? Uma questão que prefiro não responder.

Como é possível, passados esses anos de cantigas de contenção de despesas, termos hoje, dois governos na Guiné-Bissau?! Sim, dois governos. Um governo de jure (liderado por Geraldo João Martins), com 34 membros, e outro de facto na Presidência (liderado pelo antigo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam), não sei dizer quantos conselheiros tem o PR (no último despacho, antes da nomeação do governo, nomeou 6 equiparados a primeiro-ministro, a ministros de Estado e ministros). A Guiné-Bissau não pode, com receitas internas, satisfazer a necessidade do povo com este número de membros do governo e os conselheiros do Presidente da República.

Dir-me- ão que esta não é a primeira vez que acontece a nomeação de um conselheiro do PR equiparado ao Primeiro-ministro. Mas não se esqueçam que o vosso fundamento para tirar os técnicos da saúde do sistema era para conter as despesas. Agora, pergunto: aquelas exigências do papa FMI eram realistas ou eram apenas para matar o dono do PODER para poder “mamar o taco”, tal como fizeram com a criação dos subsídios milionários?! O FMI já deixou de exigir a contenção de despesas? Como conter as despesas com estes dois governos?

Este país custou sangue e suor aos combatentes da liberdade da pátria, que continuarão a viver numa miséria. O povo está de rastos, sem condições de garantir pelo menos uma refeição, à educação e à saúde aos filhos. 

Por isso, não devemo-nos conformar, vendo um grupo de cidadãos a fazer do aparelho do Estado um ganha pão ou fonte de alimentação do seu ego. 

É urgente que o Parlamento faça uma legislação, delimitando o número de conselheiros que um responsável do órgão da soberania deve ter, em função das condições económicas. Outrossim, é necessário que as políticas públicas sejam direcionadas para satisfazer as necessidades do povo. Só espero que a população guineense não seja esquecida nesta legislatura, porque isso vai ter uma consequência fatal nas presidenciais de 2025. 

Por: Tiago Seide 

Professor e Jornalista 

5 thoughts on “Opinião: PAI FMI DEIXA DE PEDIR A CONTENÇÃO DE DESPESAS À GUINÉ-BISSAU?!

  1. Que o Sr articulista que se diz jornalista deixe de tapar o sol com a peneira. Estivesse eu no seu lugar de dito jornalista, teria sido bem mais consequente e abrangente. Se com tantos conselheiros se sobrecarrega em demasia os cofres do Estado ja que o pais nao tem meios financeiros internos para sustentar tais mordomias, a mesma equacao poe-se com a formacao de um governo de 19 ministros e uns 15 secretario de estados num pais, e aqui volto a carga , isto num pais que nao produz patavina de riqueza alguma e que vive de mao estendida. Visto nesses termos e sim ser se consequente. Dai a unica conclusao deste seu artigo de opiniao e esta : nao traz nem luz nem equilibrio ao debate.

    1. Eu diria que não, é preciso contextualizar o atual situação política senhora Amalia, este governo não é do desejavel do PAI TERRA RANCA, mas, para que possamos manter ” a estabilidade política e governativa não tem como escapar deste tipo”, de um lado, é saber que tipos de opositores politicos que nós temos na Guiné Bissau, que nem mais e nenos façam uma oposição construitiva pelo bem estar do país. Portanto, tudo cuidado é pouco nessa altura. Isso tambem não deve servir de ter outro governo factual no palácio, é sinal do quê? Estabilidade? Não, é fazer sofocar o tesouro público e provsvelmente se o governo do palácio não ía ser pago isso podera abrir outra brecha de nova crise ” intituicional. Emfim, é preciso que percebemos o atual xadez político para que possamos compreender o formato de atual panorama de governo.

      Seremos obuntu ‍‍‍

  2. Muito obrigada, Tiago!

    Partilho da mesma opinião em relação aos conselheiros do PR, considerando de uma o despedimento de alguns funcionários alegando sobrecarga sem observancia da lei, por outro lado as dificuldadese necessidade do país é bem vissivel e sentida por todos para ser ignorada. Também espero muito uma redução significativa do organograma ogivernativa pelo menos até à remodelação.
    “Guiné-Bissau é de, e para todo guineense “

  3. Meu ilustre Jornalista, te agradeço e espero que tenha força e coragem para continuar a escrever. Pois sois a voz dos sem vozes.
    Para o melhor desempenho de qualquer que seja função é necessário se não fundamental a critica construtiva tal como esta.
    “Sino cerca ba djinti pabia de mara sinto, gos i tchiga hora de anos propi no mara sinto” muito simples.
    Sob pena de incorrer na incoerência. Muitos passaram fome e sede por serem excluídos da administração pública pela contenção dita pedida pelo FMI e agora?

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