Os membros do Conselho Nacional do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) aprovaram na noite deste sábado, 17 de agosto de 2024, a retirada de confiança política ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, proposta por um grupo de dirigentes do MADEM-G15, pelas “reiteradas violações das leis da República”.
Na reunião convocada pelo Coordenador Nacional do MADEM-G15, Braima Camará, na sequência das divergências no seio do partido, em que terão participado 321 membros de entre os 615, que constituem o órgão.
Os comissários aprovaram também uma moção de confiança a Braima Camará, tendo recomendado ao Conselho Nacional de Direito a instruir processos disciplinares sumários à vices-Coordenadores do partido, nomeadamente Adja satu Camará Pinto, Marciano Silva Barbeiro, Soares Sambú, Aristides Ocante da Silva, e Doménico Sanca, assim como estender essas medidas aos demais membros dos órgãos do partido que acompanharam as “violações grosseiras dos estatutos do MADEM-G15”.
Na resolução lida por Dito Max, membro do Conselho Nacional, aquele órgão condenou e repudiou a realização do primeiro congresso extraordinário convocado e realizado à “margem das disposições estatutárias” por alguns dirigentes que estão de costas viradas ao Coordenador Nacional, Braima Camará.
Lê-se ainda na resolução aprovada por unanimidade e com emendas que o Conselho Nacional aprovou a convocção de congresso extraordinário, atribuindo essa competência a Comissão Política para proceder à marcação da data do congresso e a criação da Comissão preparatória, afim de promover uma discussão franca, sobre a vida interna do partido.
Condenou a “prisão arbitrária” do dirigente e ativista político Queba Sane, tendo apelado a Comunidade Nacional e Internacional sobre as violações da Constituição da República e sequestros das instituições judiciais por parte do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.
Entretanto, dirigindo-se aos membros do Conselho Nacional no final dos trabalhos, Braima Camará, Coordenador Nacional do MADEM-G15, anunciou que vai submeter a resolução da reunião aprovada por unanimidade a consideração da comunidade internacional, anexando a Lei Quadro dos Partidos Políticos, Estatuto do partido e a Constituição da República, por estarem a trabalhar para que haja paz e respeito escrupuloso das Leis e da Constituição da República.
Camará garantiu que o MADEM-G15 continuará a ser o partido que vai conquistar o poder e exercê-lo no país e que não vai abandonar o partido.
“Se há justiça e tribunais no país, que ninguém perca sono, porque o congresso [extraordinário] organizado viola o estatuto e Lei quadro dos partidos políticos” disse, anunciando para breve a convocação da Comissão Política para a marcação da data da realização do primeiro congresso extraordinário do partido na Guiné-Bissau.
Por: Tiago Seide
