GOVERNO IMPÕE TOLERÂNCIA ZERO ÀS CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE MENDICIDADE NAS RUAS

O governo ordenou esta quarta-feira, 07 de maio de 2025, a tolerância zero a qualquer criança guineense pega na rua a pedir esmolas na Guiné-Bissau ou no estrangeiro.

A posição foi tornada pública pelo ministro do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé, durante um encontro entre a comunidade muçulmana, que envolveu os imames e diferentes mestres corânicos de todas as regiões do país.

O encontro visou dialogar sobre a situação das crianças talibés que estão por toda parte do país, incluindo Bissau, espaço de maior concentração, sem as mínimas condições a pedirem esmola.

Botche Candé pediu que todos os pais que tenham filhos em mendicidade no estrangeiro, nomeadamente no Senegal, na Gâmbia, no Cassamance…a ordenar o seu retorno imediato ao país.

O ministro do interior criticou o fato de a mendicidade centrar nas crianças da etnia fula, quando existem muitas tantas outras na Guiné-Bissau, mas não mandam os seus filhos pedir esmola.

Na abertura da reunião, o governante anunciou que diferentes organizações que atuam no domínio da proteção das crianças poderão condenar a Guiné-Bissau, devido à situação alarmante de crianças talibés no país.

Por sua vez, o Presidente da União Nacional dos Imames de Guiné-Bissau, Tcherno Sulaimane Baldé, apontou como uma das soluções a sensibilização dos mestres corânicos no sentido de diminuírem a prática de mandar os alunos pedir esmola nas ruas, porque “essa prática vai acabar um dia e não terão mais manobras para sustentá-la”.

Tcherno Sulaimane Baldé pediu ao Estado a intervir junto dos parceiros internacionais de desenvolvimento para apoiarem os mestres corânicos da Guiné-Bissau.

O Presidente da União Nacional dos Imames reconheceu que, na verdade, o maior número de crianças em situação de mendicidade no Senegal são da Guiné-Bissau.

Em 2017, quando era primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló alertou que os pais deveriam ser sensíveis à questão dos talibés que andam a mendigar pela cidade e que mantinha a proibição que impedia aqueles estudantes do Corão de pedir esmola.

“Qualquer pessoa que é mãe ou pai tem de ser sensível a essa situação e não fazer política com este assunto”, afirmou, em conferência de imprensa, Umaro Sissoco Embaló, lembrando que as escolas corânicas são para transmitir conhecimento e os estudantes que as frequentam também vão à universidade. 

Por: Carolina Djemé

Author: O DEMOCRATA

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