A representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no país, Alessandra Casazza, anunciou esta terça-feira, 24 de junho de 2025, que a Guiné-Bissau registou uma melhoria no seu Índice de Desenvolvimento Humano, passando de 0,483, no Relatório de 2023/2024 para 0,514, no relatório de 2025.
Destacou que este progresso, embora modesto, “é significativo” e “representa avanços em áreas como a esperança de vida, escolaridade e no rendimento nacional bruto per capita”.
Alessandra Casazza falava na cerimónia de lançamento do Relatório de Desenvolvimento Humano 2025 na Guiné-Bissau, sob lema: Inteligência Artificial na Guiné-Bissau: Oportunidades, Desafios, Regulação e Ética.
No seu discurso, no evento que decorreu no Centro Cultural Franco Bissau Guineense em Bissau, alertou que, apesar desta melhoria, a Guiné-Bissau continua entre os países com desenvolvimento humano mais baixo e cerca de dois terços da população vivem em ‘pobreza multidimensional’.
“O relatório deste ano convida-nos a reflectir sobre o papel da inteligência artificial no avanço do desenvolvimento humano ao invés de estarmos a perguntar quando é que as máquinas ultrapassarão os seres humanos”, desfilou, para de seguida acrescentar que o documento desafia todos a pensarem como se pode usar a inteligência artificial para expandir as capacidades humanas, promover o bem-estar e garantir escolhas significativas para todos.
“Também é um alerta em termos do progresso global no desenvolvimento humano que está a desacelerar, as desigualdades estão a aumentar e muitos países com baixo índice de desenvolvimento humano, como a Guiné-Bissau, continuam a enfrentar desafios estruturais que exigem atenção contínua e investimentos sustentados”, assinalou.
Afirmou que “é neste contexto que a inteligência artificial surge como uma ferramenta poderosa”, destacando que se for usada de forma ética, inclusiva e centrada nas pessoas, pode ajudar a Guiné-Bissau a ultrapassar barreiras históricas de desenvolvimento, melhorar a produtividade agrícola, apoiar diagnósticos médicos em zonas remotas, personalizar a aprendizagem nas escolas e tornar os serviços públicos mais eficientes e acessíveis.
A representante do PNUD reforçou a ideia que se as pessoas devem estar atentas aos riscos e levar em consideração que a ausência de infraestruturas digitais inclusivas pode agravar asdesigualdades, a falta de regulamentação, comprometer a privacidade e a confiança, escassez de competências digitais, como também pode excluir os mais vulneráveis dos benefícios da inovação.
Alessandra Casazza informou que a Estratégia Nacional de Transformação Digital 2025-2030, recentemente lançada pelo governo guineense com o apoio do PNUD, assume um papel central, porque “estabelece um roteiro claro para a digitalização do setor público”, reforço da literacia digital, a promoção da economia digital e a utilização responsável detecnologias emergentes, incluindo a Inteligência Artificial, sendo um compromisso com um futuro mais inclusivo, mais eficiente e mais centrado nas pessoas principalmente nasmulheres e jovens.
Segundo Alessandra Casazza, a transformação digital não é apenas uma questão tecnológica, é uma oportunidade para promover justiça social, equidade de género e desenvolvimento sustentável.
Por sua vez, o ministro dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital, Marciano Silva Barbeiro, disse na sua mensagem gravada que a transformação digital é uma prioridade estratégica do executivo guineense, porque através da estratégia nacional de transformação digital lançada em janeiro deste ano, com apoio técnico do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, definiu-se um plano concreto para modernizar a administração pública e melhorar a vida dos cidadãos.
Por: Aguinaldo Ampa



















