O Conselheiro do Primeiro-ministro, António Óscar Barbosa (Cancan), defendeu que o governo vai promover a educação das raparigas e trabalhar no combate ao abandono escolar precoce e a inclusão de alunos com deficiência com recursos adaptados.
Óscar Barbosa falava esta terça-feira, 26 de agosto de 2025, na cerimónia de abertura do ano letivo 2025/2026 sob o lema, “Todos para uma educação de qualidade”, realizada numa das unidades hoteleiras de Bissau, na qual sublinhou que o momento representa mais de que um simples regresso às aulas mas também a reafirmação do compromisso do governo com o interesse nacional como a educação.
Na sua comunicação afirmou que o governo que vai reforçar as comissões de concertação permanente e criar um fórum nacional para a educação aberto a todos os atores do setor educativo .
Para Óscar Barbosa, o governo vê os sindicatos e os docentes como aliados estratégicos e não como opositores, tendo acrescentado que o governo elege o diálogo social, inclusivo e permanente como via preferencial para o entendimento com os sindicatos.
“Ao mesmo tempo que valorizamos o esforço dos professores também exigimos disciplina, assiduidade, ética e compromisso com os padrões de qualidade”, disse.
Óscar Barbosa enfatizou no seu discurso que a juventude guineense merece um ensino que estimula o pensamento crítico, a criatividade e a cidadania ativa. Acrescentou que o executivo vai trabalhar no fortalecimento da inspeção escolar com mais meios técnicos.
Barbosa anunciou, no entanto, que durante este ano 2025 fez-se a reabilitação de 120 escolas nas regiões de Bafatá, Gabú, Oio e Tombali, assim como a construção de novas escolas comunitárias nas zonas rurais de difícil de acesso e que os trabalhos de reabilitação de escolas vão prosseguir até dezembro deste ano.
Presente no ato de abertura, o presidente de Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF), Domingos de Carvalho, recomendou que ano escolar 2025/2026, que hoje se declara aberto, deve ser um ano diferente dos anos letivos anteriores, onde os professores, sobretudo os denominados novos ingressos e contratados, trabalharam sem receber seus salários atempadamente.
O sindicalista afirmou que o sindicato dos professores está preocupado com os problemas que afetam o desenvolvimento educacional como a instabilidade política resultante da queda sistemática de sucessivos governos, a falta de infraestruturas escolares adequadas e a exigências de uma educação de qualidade inclusiva a nível nacional.
Lamentou a falta de pagamento regular de professores contratados em todos os níveis de ensino, bem como a falta de aplicação na íntegra dos estatutos da carreira docente dos professores de ensino básico e secundário, falta de conclusão e aplicação dos estatutos da carreira docente universitária e opagamento de salários em atraso às diferentes categorias dos professores.
Domingos de Carvalho disse que há a necessidade de colocação de quatro mil e trezentos e sessenta e sete professores de pré-escolar a décimo segundo ano para o ano letivo 2025/2026.
Por sua vez, O Presidente em exercício da Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAIGB), Mohamadu Djamanca alertou que a Guiné-Bissau ainda não conseguiu assegurar um ensino de qualidade, gratuito, inclusivo e verdadeiramente eficaz.
Mohamadu Djamanca apontou entre outros fatores que comprometem um ensino de qualidade e do futuro da juventude guineense como a má gestão de políticas educativas, a ausência de uma visão de longo prazo, a falta de compromisso assim como sucessivos governos com a educação como prioridade nacional.
O presidente em exercício das organizações estudantis afirmou no seu discurso que o que se vê no sistema de educação é um reflexo de um sistema educacional fragilizado, negligenciado incapaz de oferecer condições mínimas para o florescimento intelectual, social e profissional dos seus alunos.
“Não se pode exigir bons resultados num sistema abandonado porque a educação é a base de todo o progresso e sem ela não há saúde, nem justiça e não haverá desenvolvimento”.
Por: Carolina Djeme



















