O primeiro Ministro de iniciativa presidencial, Braima Camara, convidou a Comissão Nacional de Eleições ( CNE) a visitar a INACEP – empresa pública, e acompanhar a fiabilidade do seu trabalho.
O chefe do governo lançou esse desafio na sequência de várias críticas feitas ao governo por ter confiado a produção de boletins de voto e atas síntese à INACEP.
”A Comissão Negocial das Eleições deve visitar a INACEP para constatar o trabalho”, desafiou a CNE, em declarações aos jornalistas, depois da visita às instalações da imprensa nacional esta quinta-feira, 9 de outubro, na qual disse que enquanto chefe de governo uma das suas responsabilidades é a realização das eleições.
Braima Camará afirmou que o governo não participa no processo da realização das eleições, apenas cria condições para a sua concretização e quem decide se uma pessoa ou uma determinada organização política pode ou não participar “é o Supremo Tribunal de Justiça”, por ser um órgão independente e “qualquer decisão tomada por ele no nosso sistema é soberana”.
“Os guineenses devem ter orgulho de andar com os seus pés e guiados pela sua cabeça. A Guiné-Bissau é um país soberano e que contribuiu para a independência de outros países, por isso não deve continuar a pedir esmola no estrangeiro para resolver os seus problemas. A partir de hoje, enquanto chefe do governo e Umaro Sissoco Embaló como Presidente da República, vamos financiar as nossas eleições de uma forma autónoma”, assegurou.
Confrontando pelos jornalistas sobre os preparativos, as condições financeiras e técnicas para a realização do processo eleitoral na Guiné -Bissau, Braima Camará negou que o ex-chefe do governo, Rui Duarte Barros, tenha assegurado aos guineenses que o seu governo tinha criado noventa e nove por cento (99%) de condições, financeiras e logísticas, para a realização de eleições gerais agendadas para 23 de novembro, afirmando que este apenas fazia referência às condições que tinham sido criadas pelo Gabinete Técnico de Apoio Ao Processo Eleitoral (GTAPE).
O primeiro-ministro assegurou, neste particular , à comunidade nacional e internacional que o governo que lidera já garantiu cem por cento de condições para o próximo pleito eleitoral.
“Ex-primeiro-ministro estava a referir simplesmente ao GTAPE, não à CNE. O GTAPE é uma instituição encarregue do processo do recenseamento e dos cadernos eleitorais. Era isso que Rui Duarte Barros estava a referir que foram criadas 99% de condições do processo. Enquanto chefe do Governo, garanto-vos que há condições para irmos às urnas. Temos cem por cento de condições criadas. Agora cabe à CNE assumir a sua responsabilidade”, afirmou.
Acompanhado pelos ministros do Interior, da Comunicação Social e das Obras Públicas, em representação do Ministro de Administração Territorial e Poder Local, afirmou que o ato eleitoral é uma questão de soberania e responsabilizou o Ministério do Interior, através do ministro da tutela, Botche Candé, a manter a segurança na INACEP.
Questionado sobre a fiabilidade da produção de boletins e atas síntese, disse que têm a mesma fiabilidade que os boletins e atas síntese dos processos anteriores.
”A competência do governo é criar condições financeiras, porque o ato eleitoral é uma questão de soberania. Por isso, fiz questão de vir com o ministro do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé, para responsabilizá-lo, através dos seus agentes, para manter ordem e segurança pública, em particular na INACEP”, disse.
Por seu turno, o diretor-geral da Imprensa Nacional, Leónico Pre Tavares, assegurou que têm condições técnicas para efetuar os trabalhos de produção de boletins e atas sínteses, porque “o governo garantiu em cem por cento as condições técnicas para execução dos trabalhos”.

“O governo criou-nos todas as condições necessárias para que possamos responder à missão que nos foi confiada neste processo, produzir boletins e atas síntese das eleições gerais “, reforçou.
Por: Jacimira Segunda Sia



















