A Comissão Nacional de Eleições (CNE) denunciou que homens armados encapuzados, para além de vandalizar as suas instalações, roubaram as suas pertenças pessoais, bem como computadores e confiscaram as atas de apuramento regionais, facto que lhes impossibilita a dar continuidade do processo eleitoral das eleições gerais de 23 de novembro.
A denúncia da vandalização e pilhagem das instituições da CNE no dia 26 de novembro foi feita pelo secretário executivo adjunto e porta-voz daquela instituição, Idriça Djaló, durante uma declaração à imprensa para tornar públicas pilhagem feita por homens armados àquela instituição encarregue de gerir o processo eleitoral.
Durante a conferência de imprensa que contou com a presença do Presidente interino, da Secretária Executiva Adjunta e dos membros não permanentes da Comissão Nacional de Eleições, Djaló explicou que durante a invasão de homens armados estavam presentes nas instalações da CNE mais de 45 pessoas, entre funcionários e membros do Secretariado executivo da CNE, membros não permanentes da CNE (representantes dos partidos políticos, coligação de partidos e candidatos às eleições presidenciais) e Magistrados do Ministério Público (5 Procuradores gerais adjuntos).
“Os invasores, para além de se terem apoderado de objetos de pertença pessoal dos presentes (telemóveis, computadores portáteis, carteiras e dinheiro) , vandalizaram, por completo, as instalações da CNE, tendo retirado documentos, computadores de mesa e equipamentos acessórios”, revelou.
Assegurou na sua comunicação que na altura dos acontecimentos, a CNE estava na posse de apenas as atas originais de apuramento da Comissão Regional de eleições de Bissau, tanto das eleições presidenciais como das eleições legislativas, que segundo a sua explanação, foram confiscadas pelo grupo que invadiu a CNE.
“As atas de apuramento Regional de Oio e Cacheu, bem como os respetivos computadores portáteis ainda na posse dos Presidentes foram confiscadas pelas pessoas que ocuparam a sede da CNE, logo à sua entrada nas instalações da CNE”, contou.
O porta-voz revelou ainda que as atas de apuramento originais de algumas regiões na posse dos respetivos Presidentes também terão sido intercetadas e confiscadas antes da sua chegada à CNE.
Idriça Djaló lembrou que era tradição da CNE, até as 14h00 do terceiro dia após a votação, todas as atas de apuramento regional do país e da diáspora fossem encaminhadas pelos presidentes das CRE’s para a CNE para o efeito de apuramento nacional, mas tal fato não aconteceu desta vez, por instituição ter sido invadida por um grupo de homens armados não identificados até agora.
“A compilação de dados é feita perante todos os membros não permanentes, numa reunião da plenária, de acordo com a lei eleitoral”, informou.
Indicou, neste particular, que se o processo não tivesse sido interrompido, na quinta-feira subsequente, dia 27 de novembro, a CNE estaria em condições de proceder ao anúncio dos resultados provisórios.
“Como sabem, na Guiné Bissau, o processo eleitoral funciona em cascata e falhando uma etapa afeta automaticamente o processo todo”, enfatizou.
Por: Assana Sambú



















