Cerca de cinco dezenas de jovens, apoiantes do grupo dos “15 deputados” dissidentes da fileira do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) tomaram de assalto, na manhã desta quarta-feira, a sede nacional daquela formação política, em Bissau.
Eram por volta das 06 horas de manhã que jovens, com mochilas nas costas, invadiram a sede, neutralizaram o guarda local, arrombaram a porta principal e penetraram no interior da sede.
Informados do sucedido, os militantes do partido agruparam-se em um número superior ao dos assaltantes e decidiram entrar em confronto com os mesmos até expulsá-los da sede.
Testemunhas oculares no local, ouvidos pelo repórter do jornal O Democrata, confirmaram o confronto entre as partes que terá durado quinze minutos. Os militantes do PAIGC terão recorrido a garrafas e pedras para retirar os invasores da sede do partido.
O confronto, de acordo com as mesmas fontes, saldou-se em quatro feridos ligeiros, na presença de agentes de segurança que estiveram no local muito cedo, mas não intervieram para repor a ordem.
Todos os feridos pertencem ao campo dos assaltantes que na sua maioria vieram do interior do país. Após uma hora do sucedido, chegou ao local um grupo da Guarda Nacional, que mais tarde recebeu o reforço dos elementos da Polícia da Intervenção Rápida, que tentavam manter a segurança junto do perímetro da sede, impedindo a passagem de pessoas na periferia da sede dos libertadores que se encontra ao lado do Palácio da República.
Um dos assaltantes provenientes do setor de Mansaba e que se encontra no hospital a receber tratamento médico por causa dos ferimentos, Carimo Seidi, explicou que foram mobilizados pelo grupo de apoiantes de 15 deputados, para vir participar numa reunião de reconciliação no seio do partido, em Bissau.
“Sou da região de Oio, concretamente do setor de Mansaba. Viemos para uma reconciliação entre os apoiantes de grupo de 15 deputados e militantes de Domingos Simões Pereira. Os nossos responsáveis disseram-nos que a iniciativa era para reconciliarmos e fazermos uma única frente. Entramos na sede por volta das 06 da manhã, aguardando pela hora da reunião”, contou.
Informou ainda que vieram acompanhados com a antiga governadora da região de Oio, Nhalim Sano. Frisou que vieram como delegados para participar numa reunião e negou terem recebido quaisquer orientações para criar cenários de violência na sede dos libertadores.
“Sempre reunimo-nos em Mansabá com um funcionário de Viação Civil, de nome Papa Bandjai. Quando chegámos a Bissau residimos todos na casa de deputado Malam Djassi. Somos no total 81 pessoas provenientes da região de Oio, como delegados que participariam numa reunião de reconciliação”, contou.
O médico que assistiu os feridos, Francisco Aleluia Lopes, disse aos jornalistas que as feridas não eram profundas, eram ligeiros cortes nas superfícies corporais. Sublinhou, contudo, que qualquer pessoa com cortes daquela natureza precisa sempre de cuidados mais demorados, porque seria feito a profusão. Acrescentou ainda que dos quatros feridos, três voltam para a casa e apenas um ficaria para mais observações médicas.
Por: Assana Sambú, Aguinaldo Ampa e Epifania Mendonça
Foto: Marcelo Na Ritche


















