MCCI ACUSA COMUNIDADE INTERNACIONAL DE PRESTAR MAU SERVIÇO NA CRISE GUINEENSE

O Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI) acusa a Comunidade Internacional de prestar mau serviço na crise guineense, deixando o povo a sofrer com um regime contra a Constituição da Guiné-Bissau.

Acusação foi feita ontem, sexta-feira, 12 de Janeiro de 2017, por Sumaila Djaló, porta-voz do MCCI, num comício realizado no “espaço verde”, em Bissau, para voltar a exigir a renúncia do Presidente da República, José Mário Vaz das  suas funções, a dissolução da Assembleia Nacional Popular e convocação de eleições gerais antecipadas Sumaila Djaló entende que a Comunidade internacional está a “brincar” com o povo da Guiné-Bissau em mantê-lo no sofrimento perante um regime anticonstitucional, sem se posicionar até agora.

“A CEDEAO que está a dar 90 dias, 30 dias, três semanas depois, e os dias que vai dando ao Presidente JOMAV, massacrando o povo. A UNIOGBIS, mesma coisa. O seu representante não tem demostrado uma posição clara perante a crise que vivemos. Portanto, o que dissemos hoje para a comunidade internacional é que se posicione para mostrar de fato que compreende o problema em que estamos”, detalha.

Para o ativista guineense, a CEDEAO devia assumir o compromisso que aceitou do próprio Presidente da República para mediar a crise e deixar de brincar com o povo da Guiné-Bissau.

Em relação à eventual demissão do atual chefe de governo, Sumaila Djaló lembra que, desde sempre, o Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados disse ao Presidente que caminhos que estava a seguir para a nomeação dos governos, não eram caminhos para a paz e o progresso, mas sim caminhos para a prossecução de agendas particulares.

O porta-voz do MCCI diz que não se pode aceitar que José Mário Vaz tire um mandato de quatro anos, como manda a Constituição para cinco anos para poder ganhar o tempo e fazer o seu maquiavelismo político.

Por sua Vez, Miguel de Barros, Secretário Executivo e membro do Movimento, acusa José Mário Vaz de vender a Guiné-Bissau ao Senegal e de ter nomeado um Primeiro-ministro encomendado por Senegal. Disse que o chefe de Estado guineense perdeu a capacidade de representar o país ao ponto de, cada vez que pretende se posicionar sobre um determinado assunto da Guiné-Bissau, recorrer a chefes de Estado dos países da sub-região para encontrar solução dos problemas que o próprio criou.

Em reação à atitude de UNIOGBIS, Miguel de Barros acusa igualmente Modibo Touré, Representante do Secretário-geral das Nações Unidas no país de falta de coragem na resolução da crise guineense, porque depois de a ONU ter patrocinado a viagem das partes desavindas a Conacri, nunca mais se pronunciou sobre o verdadeiro resultado ou consenso chegado naquele país para nomeação de um Primeiro-ministro.

Segundo Miguel de Barros, Modibo Touré não conseguiu se posicionar porque está interessado em “negócios” na Guiné-Bissau e alerta que em condições normais, as estruturas das Nações Unidas nunca podiam estar atrás da CEDEAO.

Finalmente, o Movimento diz que voltará na próxima sexta-feira, 19 de Janeiro para o mesmo lugar para mais um comício popular.

 

 

Por: Filomeno Sambú

foto: facebook

 

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