8º Fórum Mundial da Água: PARTICIPANTES COLOCAM ÁGUA NO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E PEDEM CIDADÃOS A AGIR PARA GARANTIR FUTURO

Os participantes do 8° Fórum Mundial da Água colocam a água no centro do desenvolvimento global e pedem os cidadãos a agir para garantir o futuro. A recomendação saiu do fórum que decorreu entre os dias 18 e 23 de março de 2018 em Brasília (Brasil), sob o tema “Compartilhando Água”, à luz do papel da água na união das comunidades e na remoção das barreiras.

Este maior evento para debruçar a situação da água no mundo, reuniu Chefes de Estado, ministros, tomadores de decisão de alto nível, especialistas em água e profissionais, autoridades locais, sociedade civil e académicos. O fórum foi realizado sob  auspícios do Conselho Mundial da Água. Conselho Mundial da Água (World Water Council – WWC) é uma organização internacional composta por diversas partes interessadas, fundadora e co-organizadora do Fórum Mundial da Água.

Segundo um relatório enviado a redação do Jornal O Democrata, a missão do Conselho visa mobilizar para questões críticas sobre a água em todos os níveis, incluindo o mais alto nível de decisão, envolvendo pessoas no debate e desafiando o pensamento convencional. O Conselho está focado na dimensão política da segurança da água, bem como sua adaptação e sustentabilidade, e trabalha para incluir o tema no topo da agenda política mundial. Com sede em Marselha, França, e criado em 1996, o Conselho Mundial da Água agrega mais de 300 organizações-membro provenientes de mais de 50 países.

O relatório detalha pontos de ação para melhorar o saneamento urbano baseado na análise de oito estudos de caso contemporâneos, tendo focado as cidades de três continentes e identificado barreiras ao financiamento dos serviços de saneamento. O documento adverte ainda que a meta de saneamento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 pode não ser atingida até 2030, deixando milhões em todo o mundo sem acesso adequado ao saneamento.

O documento apresentado pelo Conselho Mundial de Água “Aumentado os Fluxos Financeiros para o Saneamento” durante o 8º Fórum Mundial da Água, encoraja os decisores a serem audazes e a abraçar a mudança. O relatório elaborado ao longo de um ano, avalia a situação atual do saneamento urbano em oito cidades do mundo e propõe ações políticas necessárias para atingir a meta de saneamento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 (ODS6) até 2030, bem como as exigências financeiras.

“O número de pessoas em todo o mundo sem acesso a saneamento é de 2,4 mil milhões, e a tendência crescente de urbanização, eventos climatéricos extremos devido à variabilidade do clima, portanto a altura para agir no saneamento urbano é agora”, exorta o relatório.

Apesar de alguns progressos no saneamento desde os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio de 2000, o documento informa que este setor continua severamente subfinanciado e sem a priorização adequada pelos governos de todo o mundo. E alerta que as questões de saneamento em três continentes, tanto no mundo em desenvolvimento como no mundo desenvolvido, com destaque para Nairobi (Quénia), Dacar (Senegal), Durban (África do Sul) e Bogotá (Colómbia), entre outros, como forma de demonstrar os efeitos do subfinanciamento, má gestão e urbanização no saneamento.

O Conselho Mundial da Água esperam contudo, que este relatório, juntamente com uma série de outras publicações e discussões de alto nível que decorrem no 8º Fórum Mundial da Água, forneça o impulso necessário para a ação imediata sobre este tópico.

Entretanto, o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, sublinha no seu discurso, a importância de ação imediata com o objetivo de atingir o nível de saneamento previsto no ODS6. Acrescentou ainda que “nos próximos 12 anos, os serviços de saneamento deverão servir 3 mil milhões de pessoas em áreas urbanos e 5,5 mil milhões no total. Os gastos, portanto, terão que cobrir até 45 mil milhões de dólares em custos por ano somente nas áreas urbanas. Esse valor é cinco vezes superior ao investido atualmente.”

“Embora tenham sido feitos esforços concertados para melhorar o acesso às formas mais básicas de saneamento, um terço da população mundial ainda não o possui. O saneamento urbano é dispendioso e requer financiamento consistente e substancial, assim como um aumento desse mesmo fluxo, visto ser uma área muitas vezes negligenciada face a outras prioridades”, observou.

Recorde-se que o Fórum Mundial da Água representa um ponto de encontro internacional para discutir problemas relacionados com a água e encontrar soluções para os problemas hídricos mais urgentes do mundo.

 

 

Por: Redação

 

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