Reza de Tabasqui: CIPRIANO CASSAMÁ APELA À UNIÃO E RECONCILIAÇÃO NO SEIO DOS GUINEENSES

O presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, apelou hoje, 22 de Agosto 2018, à união e reconciliação entre os guineenses, em particular no seio dos políticos. O líder reconheceu, no entanto que, no meio de divergência de opiniões e num Estado democrático, é normal que cada um tenha a sua “visão particular”, mas que essa divergência tem que se assentar “na prosperidade de todos os guineenses”.

O líder do parlamento guineense falava aos jornalistas após a reza de “Eid Al-Adha” realizada hoje, dia oficial da reza do Tabasqui na Guiné-Bissau, no largo da Câmara Municipal de Bissau. No dia anterior, terça-feira 21 de Agosto, outro grupo de fiéis muçulmanos rezou nos diferentes espaços e mesquitas pelo país para assinalar o evento. Mais uma vez, a divergência no seio da comunidade muçulmana guineense relativamente ao dia da reza ficou patente.

Em declarações aos jornalistas, Cipriano Cassamá apelou aos políticos para enterrarem o “manchado da guerra” em detrimento da união e, consequentemente, para o desenvolvimento do país.

“Peço aos políticos e à população em geral para que envidem  esforços e possam reconciliar-se, tomando como exemplo vários países desenvolvidos”, referiu.

Aproveitou a ocasião para lamentar a morte do 1° Vice-presidente da Assembleia Nacional Popular, António Inácio Gomes Correia, falecido no passado dia 20 do mês em curso. Sublinhou que o malogrado “era um grande patriota e uma perda irreparável ao país”.

O Imame da Mesquita Central, Lamine Indjai, explicou, por seu lado, que Tabasqui é “o dia de alegria e contentamento, bem como o dia de dar graça a Deus pelas suas bençãos”. Acrescentou ainda que este dia deve ser aproveitado para pedir a Deus que abençoe a Guiné-Bissau, para que os guineenses “estejam unidos” e que haja a tranquilidade “tanto almejada”.

Defendeu, no entanto, que haja “um ponto final” na divergência recorrente que se verifica entre os muçulmanos sobre os dias de reza. Neste sentido, avançou que “em nome de Deus” os irmãos muçulmanos precisam ter uma “conversa séria”, uma vez que a “salvação está na religião”.

“A religião não deve ser praticada de forma individual, mas fundamentada com base nos seus princípios, não no meio da confusão e de discórdia enraizada. Devemos seguir as orientações deixadas pelo profeta. Será difícil alcançar uma salvação com o que se verifica no seio dos muçulmanos. Hoje em dia não adianta em nada. Existem academias para formar o homem, mas para formar a fé não existe. Ora se não existir a fé  será difícil que haja amor”, rematou o religioso guineense, frisando que as divergências entre ”os irmãos muçulmanos” representa uma “guerra sem necessidade”, porque “o islão não recomenda a cultura de ‘matchundade’, ou seja, no islão não “basta apenas o conhecimento, mas também a pratica da fé”.

 

 

 

Por: Epifania Mendonça

Foto: Marcelo na Ritche 

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