Eleições legislativas: MILITANTES DE PARTIDOS POLÍTICOS MARCHAM PARA CONTESTAR O RECENSEAMENTO ELEITORAL

Milhares de militantes e dirigentes de partidos políticos guineenses extraparlamentares e do Partido da Renovação do Social [PRS] que detém representação no Parlamento, inundaram este domingo, 21 de outubro 2018, a avenida principal [Combatentes da Liberdade da Pátria] para marchar pacificamente com o intuito de contestar o processo do recenseamento eleitoral em curso, organizado pelo executivo de Aristides Gomes.

A iniciativa envolve 22 formações políticas legalmente constituídas mais o movimento político do deputado Botche Candé, nomeadamente o Grupo de 18 Partidos Políticos, o Partido da Renovação Social (PRS), o Movimento para a Alternância Democrática – Grupo 15 (MADEM-G 15), o partido Assembleia de Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), a União Patriótica Guineense (UPG) e o Movimento Político de Botche Candé.

Os marchantes a pé, alguns em camiões e viaturas particulares, exibiam dísticos e cartazes onde se podia ler as seguintes palavras: STOP – Recenseamento viciado e fraudulento; Abaixo recenseamento fraudulento, dêem-nos o nosso direito; Queremos nos recensear, temos direito!

A marcha que iniciou-se na periferia da Sede nacional dos renovadores (PRS) e percorreu a avenida principal até à sede do Palácio do Governo (Zona Industrial de Brá), contou com a segurança das forças policiais e com a presença dos líderes dessas formações políticas, incluindo a dos membros do atual governo dirigido por Aristides Gomes.

Líder do PRS: “PRIMEIRO-MINISTRO TEM QUE SER DIALOGANTE E ENFRENTAR OS PROBLEMAS”

O líder do Partido da Renovação Social (PRS), Alberto Nambeia, disse na sua declaração aos jornalistas no fim da marcha que o processo do recenseamento eleitoral não está a correr bem e que o mesmo poderá criar problemas no futuro. Lembrou que desde a abertura ao multipartidarismo na Guiné-Bissau, nunca houve problemas no processo do recenseamento, apenas neste em que se regista essa situação que as pessoas não querem corrigir.

“Neste momento que estou a falar convosco, temos a informação que todos os brigadistas (agentes recenseadores) decidiram suspender os trabalhos, exigindo o pagamento dos seus honorários. Porém, os dias passam. Como será recuperado o dia perdido hoje? Situações semelhantes a este levou-lhes a recensear menos número de pessoas nos distritos, por exemplo, num distrito de 400 pessoas, recenseiam-se apenas 80. No dia seguinte mudam para outro distrito. No final, dirão aos guineenses que percorreram todos os distritos do país. Isso certamente criará problemas”, revelou o político, que entretanto, assegurou que o processo é muito duvidoso.

Questionado sobre qual seria o passo seguinte, além da manifestação, respondeu que continuarão o diálogo com o executivo. Contudo, lamentou a falta de abertura da parte do Primeiro-ministro para dialogar com toda a agente, incluindo os partidos extra-parlamentares, que na sua explanação, têm o direito de serem informados do andamento do processo.

 

 

 

Por: Assana Sambú

Foto: Marcelo Na Ritche

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