O Movimento de Apoio Político Botche Candé pediu esta quarta-feira, 24 de julho de 2019, ao Presidente da República cessante, José Mário Vaz, para se recandidatar às eleições presidenciais agendadas para 24 de novembro do ano em curso. O pedido foi tornado público através do “manifesto de Recandidatura” lido  por Braima Seidi, um dos responsáveis daquele movimento durante um evento público realizado no espaço Lenox e que reuniu diferentes estruturas do movimento provenientes de diferentes regiões do país.

O evento contou igualmente com a presença de diferentes personalidades políticas de diversas formações políticas. José Mário Vaz, que se fazia acompanhar da sua esposa e dos membros do seu gabinete bem como dos Conselheiros, foi recebido  com aplausos e gritos de “homem de paz e de mãos limpas”.

O movimento de apoio político Botche Candé explica no seu manifesto a razão que o motivou a pedir a recandidatura de José Mário Vaz ao Palácio Cor de Rosa para o seu segundo mandato. De acordo com o manifesto, José Mário Vaz conseguiu feitos inéditos, sobretudo o de estabilizar o país durante cinco anos e a unidade nacional.

“Jomav é um homem educado, tolerante e cultivador da paz, firme, estadista e sensível aos problemas do povo”, lê-se no manifesto que, entretanto, informa que o Presidente cessante conseguiu garantir a liberdade da imprensa, que “ultrapassou os limites” como também não houve repressão ou perseguição e muito menos prisões arbitrárias ou matanças.

JOMAV PEDE UMA SEMANA PARA SE PRONUNCIAR SOBRE A SUA RECANDIDATURA

Em resposta ao pedido do movimento Botche Candé, o Presidente da República cessante pediu uma semana para organizar alguns assuntos e depois dar uma resposta através de uma manifestação popular.

“Levo em conta o vosso pedido, mas quero apenas dizer-vos que tenho um conjunto de situações que não estão  reunidas, das quais não vou falar aqui. Assim que tudo estiver reunido, voltaremos a encontrarmo-nos para eu me pronunciar sobre o vosso pedido. Se o JOMAV aceitou sofrer todos os insultos é por causa de vocês que vieram das regiões . Jomav poderia ter um mandato tranquilo, mas tranquilo mesmo, aceitar dinheiro do Estado e brincar com o país. Por vossa causa é que tenho este problema e recebi tantos insultos”, espelhou o Chefe de Estado, que entretanto, avançou que tem a missão de unir os guineenses.

“Conseguimos chegar no fim do mandato de cinco anos pela primeira vez no nosso país, por isso é que se registaram muitos problemas sobre a continuidade do Presidente da República no Palácio, porque nunca um Presidente conseguiu terminar o seu mandato. A partir de agora, o Parlamento pode legislar sobre qual será o futuro do Presidente da República depois de terminar o seu mandato”, referiu, para de seguida reconhecer que tudo é fruto de sacríficos de todo o povo guineense.

Para JOMAV, parece um sonho o facto de o país ir às eleições presidenciais sem problemas e sem passar por um período de transição. Frisou que nem ele mesmo acreditava se completaria os cinco anos no poder, sem um golpe de estado. JOMAV aproveitou a ocasião para agradecer ao Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas, o General Biague Na N’Tan e todos os elementos das forças da defesa e segurança pela colaboração e garantia de estabilidade e consolidação da paz.

Lembrou aos presentes que é chegada a hora de desenvolver a Guiné-Bissau. Apontou a agricultura como caminho para o enriquecimeno.

Bocthe Candé, Coordenador do Movimento baptizado com o seu nome e igualmente deputado da nação eleito na lista do Partido da Renovação Social, apelou à primeira-dama e aos seus filhos para pedirem ao José Mário Vaz que aceite o pedido para se recandidatar às presidenciais agendadas para 24 de novembro do ano em curso.

Lançou ainda um apelo às mulheres guineenses a aderirem ao projeto político do Presidente cessante e apoiá-lo nas eleições para o seu segundo mandato. Garantiu ao José Mário Vaz que se concorrer vai ganhar as eleições presidenciais logo na primeira volta.

Por: Assana Sambú

Foto: A.S