MÁRIO PIRES RECORDA KOUMBA YALÁ COMO UMA PERSONAGEM POLÍTICA INCONTORNÁVEL

O ex-primeiro-ministro e um dos membros fundadores do Partido da Renovação Social (PRS), Mário dos Reis Pires, atribuiu ao líder carismático dos renovadores, Koumba Yalá, a imagem de uma personagem política guineense incontornável, devido às suas ações e enquanto líder pan-africanista, mas que os guineenses não souberem aproveitar.

Pires fez essas considerações sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020, em reação à inauguração da Rua Dr. KUMBA YALÁ, artérias da cidade de Loulé, sul de Portugal, no passado dia 15 de fevereiro. A iniciativa é da Câmara Municipal de Loulé, em homenagem ao ex-Presidente guineense falecido a 4 de abril de 2014 em Bissau. 

O dirigente do PRS enfatizou que Koumba Yalá era um homem corajoso e que no regime único enfrentou o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) para o bem-estar do país, tendo usado na altura como arma, a verdade, a transparência e a liberdade. 

Para Mário Pires, o ato simboliza amizade entre os louletanos e o ex-Presidente da República durante a sua estadia enquanto estudante e um louletano, como forma de perpetuar a memória de Koumba Yalá. 

Por sua vez, Elizabete Yalá (viúva) realçou que o seu falecido marido foi homenageado devido às marcas positivas deixadas naquela cidade. “Não se atribui uma homenagem a qualquer indivíduo comum”, reforçou.  

Em reação a essa homenagem, o presidente da Juventude da Renovação Social (JRS), Fernando Dias, assegurou que estão a ser feitos trabalhos para que sejam conhecidos os pensamentos e as obras do fundador do PRS, enquanto líder político guineense.  

“O reconhecimento demostrado pela Câmara de Loulé não diz respeito apenas aos militantes e dirigentes do PRS, como também a todos os guineenses”, sublinhou, para de seguida exortar o governo guineense a reconhecer a homenagem feita em memória do ex-Presidente da República da Guiné-Bissau em solo europeu.

BIOGRAFIA DE PRESIDENTE KOUMBA YALÁ

Koumba Yalá nasceu em Bula, a 15 de março de 1953. Estudou Teologia na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa e em seguida filosofia. Em Bissau, Yalá estudou Direito na Faculdade de Direito De Bissau. Após terminar seus estudos, foi nomeado diretor do Liceu Nacional Kwame N’Krumah, onde também lecionou Filosofia e Psicologia. Foi militante do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).  Em março de 1991, Yalá ajudou a fundar a Frente Democrática Social (FDS) de Rafael Barbosa, que abandonou mais tarde para fundar o Partido da Renovação Social (PRS). 

Participou na primeira eleição presidencial multipartidária que teve lugar em 3 de julho de 1994, e perdeu na segunda volta com o General Presidente, João Bernardo Vieira “Nino” que obteve 52,02 por cento de votos, contra 47,98 por cento de Yalá. Depois do conflito político militar de 7 de junho de 1998 que afastou o Nino Vieira do poder, realizaram-se as eleições gerais a 28 de novembro, Yalá venceu a primeira volta com 38,81 por cento, seguido pelo Presidente interino na altura, Malam Bacai Sanha, que tinha 23,37 por cento de votos.

O segundo turno dessas eleições foi realizado a 16 de janeiro de 2000, Koumba Yalá, venceu com 72 por centos de votos. Dissolveu a Assembleia Nacional Popular em novembro de 2002 e nomeou Mário Pires como Primeiro-ministro provisório e convocou eleições antecipadas para fevereiro de 2003, que foram sucessivamente adiadas. 

Yalá foi deposto do poder a 14 de setembro de 2003, através de um golpe de Estado liderado pelo General Veríssimo Correia Seabra, depois foi detido e colocado em prisão domiciliária. Em 17 de setembro do mesmo ano renunciou publicamente ao poder.  

Por: Epifânia Mendonça

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