“MORATÓRIA DECRETADA EM 2015 NÃO TEVE IMPACTO POSITIVO NA CONSERVAÇÃO DA FLORESTA GUINEENSE” – ministro de Agricultura e Floresta

O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Abel da Silva Gomes, revelou esta segunda-feira, 19 de Outubro de 2020, que a moratória decretada em 2015 que proibia a exploração florestal não teve impacto positivo na proteção e conservação da floresta. Acrescentou que é visível que os promotores da moratória preocuparam-se mais com ganhos financeiros e permitiram que a floresta fosse devastada de qualquer forma para ganhar dinheiro.

O governante falava numa conferência de imprensa conjunta com ministro do Ambiente e da Biodiversidade para esclarecimentos sobre o decreto aprovado pelo conselho de ministros no dia 8 do mês em curso que prorroga a moratória expirada em 1 de abril, mas com regime especial para a exploração que está a ser alvo de especulação e desinformações de alguns ativistas ambientalistas políticos, jornalistas políticos e ex-governantes.

Na ocasião, Abel da Silva Gomes disse que a diferença entre a moratória decretada em comunicado de conselho de ministros em abril de 2015, da atual tem a ver com a regulamentação nos aspetos essenciais, traduzidos num decretado e não por um simples comunicado mediático com pendor mais político e publicitário.

O governante informou que a moratória de 2015 trouxe impacto negativo na floresta e na base disso não foi realizado nenhum repovoamento visível durante os cinco anos da sua vigência, diferentemente do governo que realizou várias ações de repovoamento. “Onde foram aplicados os 2 biliões de franco CFA depositados no fundo de repovoamento? Será que os ativistas políticos, ambientalistas e jornalistas não têm informação sobre esse dinheiro ou estavam ausentes do país, as críticas desses ativistas são uma brincadeira”, salientou.

Abel da Silva Gomes assegurou que é urgente a proceder-se a um inventario florestal, apesar de o último conselho técnico florestal ter confirmado as espécies ameaçadas à extinção. Adiantou que o diploma em causa declara a vigência da atual moratória florestal para as espécies abrangidas na lista das espécies florestais ameaçadas ou em extinção. Abel da Silva declarou que, sem prejuízo da restrição, o decreto mostra que está autorizada a exploração e comercialização para consumo interno e que há critérios rigorosos de exploração nos termos da lei ou normas regulamentares.

Para o ministro de Ambiente e da Biodiversidade, Viriato Soares Cassamá, os recursos naturais da Guiné-Bissau devem ser explorados de forma racional. A nova parceria entre o ministério da agricultura o do ambiente estabelecido nesse governo composto pelos técnicos das instituições que trabalham na gestão racional dos recursos naturais do país é de louvar.

Viriato Soares Cassamá disse que é uma parceria inédita porque pela primeira vez na história do país uma instituição responsável pelo ambiente associa-se com o ministério de agricultura para em conjunto definirem caminhos viáveis para a floresta guineense, a começar pela emissão das licenças para exploração da floresta.


Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A 

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