GOVERNO DISPONIBILIZA UM MILHÃO DE DÓLARES PARA REABILITAÇÃO DE HOSPITAL SIMÃO MENDES

O governo da Guiné-Bissau disponibilizou um milhão de dólares norte-americanos (480 milhões de Francos CFA) para financiar a reabilitação integral do hospital nacional Simão Mendes. O primeiro-ministro presidiu esta terça-feira, 10 de agosto de 2021, o lançamento das obras de reabilitação do hospital (HNSM) na presença dos ministros das Finanças e da Saúde Pública, na qual reconheceu que a Guiné-Bissau dispõe de um sistema de saúde precário.

Os trabalhos estão  divididos em quatro lotes, sendo que cada um será executado por uma das quatro empresas nacionais vencedoras do concurso público lançado para o efeito, designadamente: Ercano Construção, JOMO, GS Construção e Sow & Sow.

A empresa “Ercano Construção” vai ocupar-se de lote 1, que engloba os seguintes serviços: Laboratório de análises clínicas; edifício principal, primeiro andar; rés-do-chão-urgência, contando assim com o financiamento de 129,1 milhões de francos CFA.

O lote dois fica sob responsabilidade da empresa “JOMO” e vai albergar os serviços de cuidados intensivos, bloco operatório central e o rés-do-chão da maternidade, a qual foi alocada uma verba de 118,3 milhões de francos CFA.

O lote três foi confiado à empresa “GS Construção”, que conta com seguintes blocos: Maternidade, primeiro andar; internamento medicina (Huambo I); internamento cirurgia (Huambo II); Morgue e Trabalhos diversos. 

O lote quatro foi atribuído à empresa Sow&Sow, que encarregar-se-á de fazer o acabamento de obras no pavilhão dos serviços de manutenção técnica e foi disponibilizado uma soma de 89,7 milhões de francos CFA para cobrir todos os trabalhos.     

Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, explicou que a primeira fase   da obra terá uma duração previsional de três meses.

“A segunda será a  de fase de aquisição de equipamentos para que possamos transformá-lo num hospital de referência nacional”. 

Nuno Gomes Nabian reconheceu que o país não tem equipamentos qualificados para fazer face às exigências  atuais, prova disso muitos  doentes recorrem ao Senegal e Portugal para tratamentos médicos mais avançados.

“O país não tem a capacidade de fazer Raio X e tem ainda  o problema de fornecimento da energia a nível do hospital, um problema muito sério. Por isso, vamos trabalhar  seriamente nesses aspetos e concentrar os nossos esforços  neles, antes da colocação dos novos equipamentos”, sublinhou.

O chefe do Executivo enfatizou que foram realizadas várias intervenções no Hospital Nacional Simão Mendes, mas desta vez será a maior ” intervenção muscular” que o governo vai fazer. Afirmou que o governo está aberto às críticas pedagógicas para melhorar a sua  atuação e avaliar as áreas  prioritárias.

Por seu lado, o ministro da Saúde Pública, Dionísio Cumba, pediu a todos os profissionais de saúde para tomarem engajamento sério na mudança de rosto do Hospital Nacional Simão Mendes e o paradigma da saúde pública guineense, dando melhor assistência adequada à população que recorre aos seus serviços.

“Temos quadros suficientes no país, aliás, alguns quadros guineenses estão a dar assistência no Senegal e na Europa, de maneira que é preciso criar as condições nos hospitais nacionais para que os técnicos possam trabalhar e assistir os doentes”, salientou.

Segundo Dionísio Cumba, “saúde é uma coisa soberana, por isso a vida da população guineense não deve ser entregue a outras pessoas”.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: Marcelo Na Ritche           

Author: O DEMOCRATA

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