UNTG RESPONSABILIZA O GOVERNO PELAS MORTES NOS HOSPITAIS DEVIDO À GREVE

O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Central Sindical (UNTG-CS), Júlio António Mendonça, responsabilizou esta quarta-feira, 22 de setembro de 2021, o governo pelas mortes registadas nos diferentes estabelecimentos hospitalares do país na sequência daquilo que [o governo] chamou de “radicalização” dos médicos e técnicos de saúde.

“Os responsáveis pelas mortes nos hospitais são os governantes corruptos que o país tem. Temos evidências da corrupção perpetrada pelos governantes” afirmou o sindicalista, acrescentando que a acusação do governo contra os técnicos de saúde “é apenas uma falácia”. 

Júlio António Mendonça falava aos jornalistas em conferência de imprensa realizada para reagir às ameaças do governo de levar à justiça os técnicos de saúde pelas consequências do boicote dos profissionais de saúde na segunda-feira. 

Mendonça disse que estão “super tranquilos” quanto às ameaças proferidas pelo governo, estando disponíveis para responder à justiça, se forem chamados, porque “o país é nosso, a justiça é nossa e deve ser feita em nome do povo”.

Recordou que a central sindical já tinha movido uma ação na justiça contra o próprio governo na qual denunciou a desordem na governação e a corrupção.

“Este processo está no ministério público e se calhar será oportunidade para se fazer justiça nesta terra. Estamos tranquilos, porque temos a consciência clara que não violamos nada. O pré-aviso da greve foi entregue a tempo, embora estejam a fingir que nada receberam”. 

“Quem não deve não teme. Nós não temos dívida com ninguém, simplesmente estamos a fazer um serviço patriótico de exigir que os servidores públicos sejam significados “, frisou. 

Explicou que os sindicatos do setor de saúde estão a exigir apenas a organização do setor e a dignificação dos profissionais, bem como melhor prestação de serviço para o bem-estar do povo.

Questionado se a paralisação vai continuar por tempo indeterminado, Mendonça respondeu que nunca os sindicatos fizeram uma greve por tempo indeterminado, porque todas as suas paralisações tiveram, do início ao fim , períodos bem definidos.  

“Está-se a pedir só a organização do sistema no setor de saúde, bem como a aprovação dos diplomas legais que orientam o funcionamento do setor. Não se está a pedir dinheiro, embora existam  dívidas”, sublinhou.

Interrogado se terão sido chamados para a negociação com o governo, respondeu que até ao momento não receberam nenhuma chamada do governo e nem os sindicatos de bases foram contatados pelo ministério da saúde. Denunciou neste particular que os técnicos de saúde que estiveram no nacional para prestar os serviços mínimos na terça-feira, foram impedidos a entrada.

Por: Assana Sambú

Author: O DEMOCRATA

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