BISSAU ACOLHE ATELIÊ SUB-REGIONAL SOBRE SEGURANÇA E DESENVOLVIMENTO TRANSFRONTEIRIÇO

Bissau acolhe esta sexta-feira, 22 de outubro de 2021, um ateliê sub-regional sobre a segurança e desenvolvimento transfronteiriço que reúne autoridades das regiões da linha de fronteira da Guiné-Bissau e do Senegal, bem como representantes de organizações não-governamentais que operam na linha da fronteira.

O ateliê reúne dezenas de participantes, entre as autoridades administrativas e locais, forças de defesa e segurança, organizações da sociedade civil das regiões de Bafatá, Cacheu e Oio. 

Do lado do Senegal, estão as regiões de Kolda, Sédhiou e Ziguinchor.

O encontro, financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), visa promover uma colaboração eficiente para a resolução sustentável do problema de banditismo fronteiriço, sobretudo o abate abusivo de árvores, os conflitos da posse terra na linha da fronteira, o tráfico de droga e o comportamento policial, tendo em vista o desenvolvimento das zonas limítrofes.

A Guiné-Bissau e o Senegal partilham uma longa linha fronteiriça na zona norte, nomeadamente, nas regiões de Cacheu, Oio e Bafatá.

O ateliê vai promover ainda um debate entre os participantes sobre a segurança e desenvolvimento nas zonas das fronteiras terrestres e o importante papel da sociedade civil, com o intuito de fazer face às questões dos crimes transfronteiriços que afetam as populações daquelas regiões da linha de fronteira dos dois países.

Em representação do ministro da Administração e Poder Local, Seynabu Faye De Almeida, alertou que as fronteiras não devem ser vistas como uma zona de perpétuos conflitos, acrescentando que o Estado tem a obrigação de garantir a paz e a segurança em todo o território nacional e apoiar, através dos seus representantes, as iniciativas da sociedade civil.

Reconheceu também que de quando em vez acontece atos de violência até de perda de vidas humanas por causa de conflitos na linha fronteiriça.

“Registamos constantemente a movimentação de grupos hostis ao estabelecimento de paz nas fronteiras. Grupos organizados envolvidos nos roubos de animais, vandalismos dos recursos haliêuticos, trasladação de frutas, particularmente castanha de cajú” assegurou, para de seguida revelar que agora assiste-se a um novo fenómeno que considera “muito grave” que é a disputa da terra entre as comunidades transfronteiriças.

Criticou este comportamento de jovens e chamou a atenção da sociedade civil no sentido de trabalhar na sensibilização das populações.

Por sua vez, a chefe da unidade de governação do PNUD, Luana Natali, disse que a sua organização tem apoiado a Guiné-Bissau no fortalecimento de respostas das instituições ao crime organizado transnacional para promover a segurança dos Estados e das suas comunidades.

Sublinhou que só através deste intercâmbio e partilha de informações entre as autoridades locais, regionais, forças de segurança e de defesa e a sociedade civil as partes poderão alcançar a almejada estabilidade e desenvolvimento das populações das fronteiras.

Em representação das organizações não-governamentais que operam na linha da fronteira, o coordenador da organização senegalesa “Afrique Enjeux”, Jules Bassene, recordou na sua intervenção que as organizações da sociedade civil apoiam os governos dos dois Estados na pacificação da linha fronteiriça, que considera  um espaço que lhes pertence e que todos partilham.

“Este ateliê tem como o objetivo contribuir para a pacificação do espaço transfronteiriço entre o Senegal e a Guiné-Bissau, principalmente entre as regiões de Kolda, Sédhiou e Ziguinchor e do lado da Guiné-Bissau, as regiões de Oio, Bafatá e Cacheu”, referiu.

Por: Assana Sambú

Foto: A.S

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