O Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Biaguê Na N’Tan, ordenou às chefias militares, particularmente aos comandantes de zonas militares e dos batalhões para desencadearem operações de busca e detenção de militares suspeitos de envolvimento na tentativa fracassada de “golpe de Estado” no passado dia 01 de fevereiro.
“Esta diretiva do comando é para ser cumprida caso contrário vamos proceder às mexidas nas forças armadas, porque já tínhamos alertado os oficiais a estarem atentos e vigilantes contra as ações dos eventuais envolvidos nas tentativas de golpe contra o Presidente da República e contra o governo” exortou o General Na N’Tan, que falava às chefias militares, comandantes de zonas militares e dos batalhões durante um encontro realizado nas instalações do quartel do Exército (EX-QG), em Bissau.
“A minha orientação é para ser comprida porque vocês conhecem essas pessoas, porque são vossos subordinados. É por isso que a orientação que deixamos aqui aos comandantes de zonas e de batalhão é de busca e detenção. Busca e captura para serem entregues ao tribunal, porque ninguém tem o direito de matar pessoas e continuar a passear na praça” assegurou o chefe militar, para de seguida, recordar que as pessoas envolvidas no ataque ao Palácio do Governo, tinham sido detidas, mas foram libertadas pelo Tribunal Militar que alegou falta de provas.
O chefe de Estado-Maior mostrou-se indignado com a ineficácia ou estado prontidão das forças armadas contra os assaltantes, que segundo a sua explicação, foram deixados atacar e invadir o Palácio do Governo durante cinco horas de tempo.
“Os responsáveis por este ato deveriam estar na prisão neste momento e a aguardar o julgamento, não em fuga. Mataram jovens! Nós, militares ficamos envergonhados e, eu não vou acobertar esse feito. A Guiné-Bissau não é de um grupo étnico, mas de todos. Por essa razão, devemos defender a Guiné-Bissau e não permitir que seja um campo de tiros”, criticou.
Biaguê Na N’Tan disse que o evento de 01 de fevereiro é uma vergonha para o exército guineense, acrescentando que se sentiu triste com o acontecimento, sobretudo por falta de uma resposta eficaz da parte das forças armadas contra os assaltantes.
“Pessoas atiraram contra o Chefe de Estado e os membros do governo depois fugiram. Os militares não fizeram nada para detê-las, contrariamente à recomendação da instrução militar”, lamentou.
Para o chefe dos militares, o ataque ao Palácio do Governo estragou os seis anos de estabilidade, sobretudo das conquistas obtidas pelas “forças unidas”.
“Durante cinco ou seis anos cumprimos as leis e a Constituição da República, demos bolsas de formação e organizamos as forças armadas, mas hoje estamos a passar por uma situação de dificuldade de forma negativa por causa dos acontecimentos de 01 de fevereiro”, notou.
Relativamente a vinda de uma força de estabilização da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Biague Na N’Tan, mostrou-se descontente e diz que ao invés de ser enviada a missão militar da CEDEAO à Guiné-Bissau onde as forças armadas travaram uma tentativa de golpe, seria melhor enviar o exército guineense para o Burkina Faso onde o golpe militar se consumou.
Revelou que no conjunto dos efetivos das forças de defesa guineense, 75 por cento pertencem ao Estado-Maior do Exército, razão pela qual foi escolhido aquele aquartelamento para dar a diretiva do comando no concernente à situação de 1 de fevereiro.
“Não venho fazer política, mas a minha ordem é para ser executada”, assegurou o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: E.M



















