SNLS REVELA QUE APENAS 25% DE CRIANÇAS CONSEGUE TRATAMENTO DE VIH-SIDA

A Secretária-Executiva do Secretariado Nacional de Luta Contra Sida (SNLS), Fatoumata Diaraye Diallo, revelou que, na Guiné-Bissau, apenas 25% de crianças consegue tratamento de VIH/SIDA e descreveu como “alarmante e preocupante” o panorama do vírus no país.

A Secretária do SNLS revelou estes dados na sexta-feira, 27 de maio, durante a validação dos TdRs do Grupo de Trabalho Técnico de Monitoramento e Avaliação (GTT-M&E) e Aprovação de dados nacionais sobre estimativas de HIV (SPECTRUM 2021) na Guiné-Bissau com os parceiros que trabalham em matéria da SIDA.

Em entrevista ao jornal O Democrata, Fatoumata Diaraye Diallo concluiu que a prevalência de VIH/SIDA em 2020/2021 foi bem mais complicada, porque nesses períodos, os números de novas infeções subiram muito e o de prevalência diminuiu, o que “significa que pessoas estão a morrer desse vírus”.

“Não é nada animador. Pessoas que poderiam ter continuado a viver porque existe tratamento, estão a morrer desse Vírus e o tratamento clínico de crianças na Guiné-Bissau é dos piores, porque a percentagem de cobertura não é satisfatória, apenas 25% consegue tratamento, o que provoca muitas mortes precoces em crianças antes de um ano de vida”, sublinhou.

A Secretária-executiva do SNLS informou que foi criada uma equipa técnica do sistema de avaliação e seguimento único para VIH/SIDA, Tuberculose, o Reforço do sistema de saúde Covid-19. O grupo, que integra vários atores, dará assistência técnica em todas essas patologias a nível nacional para entregar ao SNLS os dados reais, procurar saber por que os dados da Guiné-Bissau não são tão fidedignos e, consequentemente, procurar soluções a todos esses problemas.   

Os dados avançados por Adulai Djaló, ponto focal da Guiné-Bissau junto da equipa da ONUSIDA, indicam que Bissau e Bafatá têm mais de vinte mil pessoas que vivem com o vírus, como também são recordistas em números de infeções anuais.

 Adulai Djaló não apontou fatores específicos que colocam Bissau e Bafatá no topo da lista das pessoas que vivem com VIH/SIDA e recordistas nas infeções anuais, mas aconselhou o governo adotar novas medidas, depois de receber o documento, para reduzir os números.

O ponto focal da Guiné-Bissau junto da equipa da ONUSIDA disse que a cobertura da transmissão vertical da doença está muito fraca e situa-se em menos de 40%, porque as mães não têm acesso à cobertura da transmissão vertical, “o que se traduz na redução de números crianças que vivem com VIH/SIDA, por, supostamente, estarem a morrer e porque também crianças menores de 14 anos de idade não têm tido acesso ao tratamento”

Durante a validação d0 documento que será submetido depois ao primeiro-ministro, as partes analisaram em conjunto os níveis de incidência, prevalência, número de pessoas infetadas, as novas infeções, entre homens e mulheres, o número de crianças infetadas pelo Vírus de VIH/SIDA e o número de óbitos.

Por: Filomeno Sambú

Foto: F.S

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