TÉCNICOS DE SAÚDE E PROFESSORES MARCHAM CONTRA ABUSO DO PODER E SUBSÍDIOS MILIONÁRIOS     

Técnicos de saúde e professores realizaram esta terça-feira, 27 de setembro de 2022, uma marcha pacifica para protestar contra a decisão de suspensão da admissão de novos ingressos nos setores de saúde e educação, bem como exigir do executivo o fim de abuso do poder, dos subsídios milionários, contra a subida de custo de vida e o “assassinato programado” na educação e na saúde. 

A marcha promovida pela Frente Social, uma iniciativa que congrega organizações sindicais de técnicos de saúde e professores (FRENAPROF, SINDEPROF, SINETSA e SINQUASS), iniciou na entrada da paragem central junto do edifício do BCEAO e terminou em frente ao Palácio do Governo. Os marchantes gritaram, durante a caminhada, algumas palavras de ordem: basta oassassinato programado na educação e saúde; fomos colocados e nunca aceitaremos contratos; o nosso trabalho é salvar vidas, mandar-nos para casa é atentado às vidas humanas; um país sem educação e saúde é como um vaso sem flor.

Em declarações aos jornalistas, o porta-voz dos marchantes, Yoio João Correia, disse que a redução da massa salarial deve ser feita nos responsáveis dos órgãos da soberania, sobretudo dos subsídios milionários e do número dos conselheiros. 

Lembrou neste particular que o governo anunciou que os governadores passarão a ser equiparados aos secretários de Estados, uma decisão que, na opinião do sindicalista, vai aumentar mais os custos para o tesouro público que poderiam ser investidos no pagamento dos jovens profissionais de saúde e da educação.  

“Colocamos as nossas reivindicações no caderno reivindicativo, portanto o governo terá que agilizar e entrar em contato connosco para atender às nossas exigências. Só suspenderemos a greve, se a resposta do executivo for satisfatória às nossas reivindicações. No encontro que tivemos com o Secretário de Estado do Conselho de Ministros não houve nenhuma negociação. Disse-nos apenas que as nossas reivindicações estão a ser analisadas, portanto não há nenhuma novidade”, salientou.

O sindicalista disse esperar que se chegue a um consenso com o governo antes da data anunciada para a greve nos setores de saúde e educação, agendada para decorrer de 10 a 14 do próximo mês de outubro. 

Para o secretário-geral cessante da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio Mendonça, não é segredo que os governantes guineenses roubam do erário público de manhã, à tarde e à noite e que não estão preocupados com a vida do povo, acrescentando que, ” deixaram os setores de saúde e educação abandonados.

Júlio Mendonça exortou os trabalhadores e a população em geral a lutarem pela sua dignidade.

“Se os governantes suspenderem os seus subsídios milionários e pensões vitalícias, o país pode avançar sem problemas. O povo é o dono do destino da Guiné-Bissau, mas se continuar a conformar-se com tudo, certamente pagará as consequências”, advertiu o sindicalista.

Por: Aguinaldo Ampa

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