O Presidente da República da Guiné-Bissau e presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Umaro Sissoco Embaló, afirmou que a África é portadora de uma mensagem da paz que visa aproximar os dois países irmãos, para que se possa encontrar um caminho da paz entre a Rússia e Ucrânia.
“Ontem estive na Rússia com o Presidente Putin que me encarregou de transmitir-lhe essa mensagem. Ele (Putin) pensa que é muito importante o estabelecimento do diálogo direto entre os dois países. Pode estar seguro que não é por causa de fertilizantes ou cereais que a África está a precisar, mas a África é portadora hoje de uma mensagem de paz e deseja aproximar os dois países irmãos para que possam encontrar um caminho da paz”, disse esta quarta-feira, 26 de outubro, o chefe de Estado guineense e presidente da Conferência de Chefes de Estado da CEDEAO, Umaro Sissoco Embaló, na declaração conjunta com o presidente ucraniano, Volodymyr Zhelsky.

Embaló reuniu-se na terça-feira com o Presidente da República Federal da Rússia, Vladimir Putin, na qualidade do presidente em exercício da Conferência dos Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO, apresentando-lhe a preocupação da sub-região em relação ao conflito no leste europeu, que está a criar crises económica e energética mundiais. Esta quarta-feira foi recebido em Kiev, por Zelensky, a quem apresentou também a preocupação da sub-região sobre o conflito e o desejo de contribuir na mediação.
Embaló assegurou ao seu homólogo ucraniano que tomou boa nota de tudo que conversaram no encontro tête-à-tête, tendo prometido que vai transmitir fielmente a mensagem ou a preocupação do Presidente Zelensky aos seus pares da CEDEAO.
“É verdade que sou o primeiro chefe de Estado africano a visitar a Ucrânia desde que eclodiu a guerra, mas posso assegurar-lhe que sou portador da voz de todo o continente africano que está muito preocupado com a paz e a estabilidade nesta região”, assegurou, afirmando que o chefe de Estado russo mostrou a sua disponibilidade para a negociação.
“Visitei hoje um dos sítios do Kiev e estou chocado com a destruição da cidade, sobretudo quando me apresentarem uma vala comum numa das zonas da capital. Na verdade, é triste ver essa situação toda, mas enquanto um país amigo, creio que a única coisa que podemos fazer hoje é facilitar o diálogo entre os dois países”, referiu, garantindo que vai transmitir toda a mensagem aos seus homólogos na Cimeira de chefe de Estado e do Governo agendado para dezembro.
Lembrou que vários quadros guineenses foram formados na Ucrânia, acrescentando que já deu instruções à ministra dos Negócios Estrangeiros e da Educação para estabelecer contatos com autoridades ucranianas no concernente à formação de quadros nacionais.
Por sua vez, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enfatizou que o Presidente Embaló foi o primeiro líder africano a visitar a Ucrânia depois de 24 de fevereiro e teve a possibilidade de ouvir a verdade sobre a situação do seu país.
“A guerra criminal desencadeada pela Rússia e também as crises provocadas pela Rússia no mercado alimentar e energético, nas relações internacionais, pioraram muito as condições sociais e políticas em muitos países. Milhões de pessoas na Ásia, na África e na Europa, por causa da agressão russa, chegaram a estar numa situação mais difícil. Por isso, é importante agora unir esforços de todos os países do mundo”, disse.
Zelensky agradeceu as autoridades da Guiné-Bissau pelo apoio do princípio da lei internacional durante a votação na Assembleia Geral das Nações, sobre a resolução que condena a anexação dos territórios ucranianos pela Rússia.

“Discutimos os esforços da Rússia para superar a crise alimentar mundial, como também a exportação dos nossos cereais através do porto no mar negro. Eu também assegurei ao Presidente Embaló que a Ucrânia conseguirá garantir a segurança alimentar e também a segurança política e social a países parceiros” disse, garantindo que o seu país fará tudo para que a Rússia não consiga fracassar a exportação de géneros alimentares para evitar a explosão de preços no mercado.
Manifestou a vontade de organizar a Cimeira Ucrânia e África no seu país para aprofundar as relações
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Por: Assana Sambú



















