GOVERNO DIZ QUE NÃO TEM CAPACIDADE DE SUBVENCIONAR PRODUTOS ALIMENTARES

O ministro da Economia e Integração Regional, José Casimiro Varela, disse que o governo está sem capacidade financeira para subvencionar os produtos da primeira necessidade, a fim de permitir que sejam comercializados no mercado nacional a preços mais acessíveis para as populações. 

O governante falava numa conferência de imprensa conjunta realizada esta terça-feira, 15 de novembro, entre o ministério do Comércio e o ministro das Finanças, para falar da subida de preços dos produtos da primeira necessidade no mercado nacional.

José Casimiro Varela explicou que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que iniciou no mês de fevereiro do ano em curso, teve um impacto muito forte a nível da economia mundial, acrescentando que é um dos piores conflitos que a humanidade conheceu após a segunda guerra mundial e que ninguém sabe até quando vai durar.

O titular da pasta da Economia e da Integração Regional disse que a Guiné-Bissau é um país com uma economia muito pequena e que produz muito pouco, mas também depende essencialmente da importação, nomeadamente de arroz, farinha, óleo e outros produtos para alimentar a sua população.

Afirmou que a produção interna de arroz é insuficiente para satisfazer o mercado nacional que, segundo a sua explanação, estima-se que consome cerca de 200 mil toneladas por ano. Por isso, informou Casimiro Varela, “a Guiné-Bissau importa cerca de 120 mil toneladas de arroz anualmente e quase 30 mil toneladas da farinha de trigo, 40 mil toneladas de açúcar e cerca de 6 milhões e 200 mil litros de óleo alimentar de diferentes países, tudo isso tem impacto extremamente forte na balança de pagamento”.

“Se na verdade não produzimos esses produtos, mas sim importamo-los, quando o preço é fixado a nível mundial é logico que o preço no mercado nacional tem que aumentar. É isso que está a acontecer neste momento. Para evitar essa situação é possível ter meios para subvencionar os produtos, mas infelizmente o Estado guineense não tem capacidade de subvencioná-los, o que, se pudesse ser feito, permitiria a sua comercialização no mercado a preços acessíveis às populações”, enfatizou.

Explicou ainda que, o início da crise mundial, o governo criou uma comissão interministerial composta por diferentes instituições da área econômica e dirigida pelo vice-primeiro-ministro, que reúne periodicamente para analisar a variação dos preços no mercado e que resultou nas medidas tomadas pelo governo para reduzir base tributária com impacto no Orçamento Geral de Estado, ou seja, o Estado perdeu receitas.

Lembrou que antes da crise mundial a base tributária de arroz era 9 mil Francos CFA por 50 kg de arroz, mas agora desceu para 7 mil Francos CFA, tendo frisado que a farinha desceu também de 11 mil Francos CFA para 9 mil FCFA e o açúcar que era 15 mil FCFA passou para 11 mil Francos CFA.

“Fazendo pequenos cálculos, o executivo perdeu durante este período mais de 4 bilhões de franco CFA, incluindo combustível e petróleo”, lamentou.

Por sua vez, o ministro do Comércio, Abas Jaló, disse que a instituição que dirige criou um programa para fazer ampla fiscalização ao nível do mercado nacional, particularmente nos armazéns, através do qual descobriram que alguns produtos estavam escondidos.

“Vimos 185 toneladas do arroz cem por cento partido “nhelém” e açúcar 1.200 sacos de 50 quilogramas. Acionamos os mecanismos, de acordo com a lei, contra os proprietários destes produtos escondidos nos armazéns” revelou o ministro do Comércio, criticando a falta de colaboração da parte dos seus parceiros do setor privado. 

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A       

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