Suzi Barbosa: “SUB-REGIÃO TEM SIDO PERTURBADA POR TERRORISMO E EXTREMISMO VIOLENTO”

A Ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Carla Barbosa, afirmou esta segunda-feira, 19 de dezembro de 2022, que a sub-região tem sido perturbada por fenómenos graves, nomeadamente o terrorismo e o extremismo violento.

Suzi Barbosa referiu que os golpes de estado ocorridos no bloco sub-regional e tomada de poder por via inconstitucional manifestada por transições representam fragilidades em implementar mecanismos de sustentabilidade dos valores da democracia e da boa governação.

A governante discursava na abertura da reunião extraordinária de Bissau dos oficiais de operações dos Chefes de Estados, Serviços de Inteligência e dos chefes de Estado-Maior da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

O encontro de Bissau reuniu os chefes de estado maior das forças armadas do Benin, de Cabo Verde, da Costa do Marfim, da Gâmbia, do Gana, da Libéria, do Níger, da Nigéria, do Senegal, da Serra Leoa e do Togo. Apenas três países não se fizeram representar, nomeadamente do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, devido às sanções que lhes foram impostas pela CEDEAO, na sequência dos golpes de estado ocorridos nestes países.

Os países membros da organização pretendem criar uma força de alerta para combater o terrorismo, o extremismo violento e os golpes de estado na zona. Para a chefe da diplomacia guineense, esses fenómenos agravaram a pobreza nas mulheres e nas crianças, incluindo privação à educação, ao emprego e a outras oportunidades económicas.

Lembrou que a CEDEAO tem desenvolvido mecanismos de prevenção de conflitos, através de instrumentos legais de intervenção, nomeadamente o protocolo relativo ao mecanismo de prevenção, da gestão e de resolução de conflitos, da manutenção da paz e de segurança, que foi adotado a 10 de dezembro de 1990, bem como o protocolo adicional para a democracia e boa governação.

Marciano Silva Barbeiro, ministro de Estado e da Defesa Nacional, referiu que que a Guiné-Bissau acolheu a reunião extraordinária para estudar as modalidades de ativação da força em estado de alerta da organização, no âmbito da luta contra o terrorismo e propor opções e mecanismo para implantação efetiva dassa força e no restabelecimento da ordem constitucional, onde quer que ela esteja ameaçada na sub-região.

Segundo o Comissário de Serviços Internos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Nazifi Darma, 38 milhões dos cidadãos estão deslocados devido à situação de insegurança, originada pelo terrorismo que está a causar enormes problemas e prejuízos à comunidade.

“É preciso que haja envolvimento de todos os chefes de estado e de governo na criação dos mecanismos sólidos que possam contribuir na erradicação do terrorismo e outros conflitos que afetam os cidadãos”, defendeu.

Por sua vez, o chefe de Estado Maior das Forças Armadas guineenses e igualmente presidente do Comité dos Chefes de Estado da CEDEAO, Biaguê Na N´Tam, assegurou que o terrorismo constitui uma séria de ameaças à segurança coletiva dos estados membros.

“A estabilidade política e a paz na sub-região justificam uma forte união entre as diferentes casernas e complementaridade entre as forças navais terrestres e aéreas, para lutar contra o terrorismo, intervindo de forma rápida e eficiente em situações indesejáveis para repor a ordem constitucional nos países visados”, afirmou.  

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

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