O Coordenador da Organização Tradicional de Pepelis (OTEPI), Batista Té, exortou esta quinta-feira, 12 de janeiro de 2023, às autoridades no poder a dialogarem com a família Nbatonha (ocupante tradicional) sobre o caso da construção no espaço Nbatonha, para evitar consequências no futuro.
“A forma como o caso está a ser tratado mostra claramente que existe um provocador da situação e isso não é bom para o país”, disse.
Batista Té fez essa chamada de atenção em conferência de imprensa realizada no bairro de Reno Ndjaka, em Bissau, na qual revelou que o espaço pertence à família Nbatonha, daí a necessidade de os familiares serem consultados sobre a construção do complexo educacional.
Segundo Batista Té, os familiares teriam enviado uma correspondência ao presidente da Câmara Municipal de Bissau a solicitar um encontro para serem esclarecidos sobre o assunto, mas não foram chamados até ao lançamento da primeira pedra que assinalou o início da construção da obra.
O líder da OTEPI criticou a atitude da CMB e disse que, no mínimo, deveria ter havido respeito para com família Nbatonha, mas “não foi o caso e algumas pessoas vão agora beneficiar desse espaço”.
“O objetivo da OTEPI é sensibilizar parentes pepelis a apostarem no diálogo, a promover a cultura e conservar a tradição da etnia pepel e locais sagrados”, esclareceu, alertando que em nenhum momento serão promotores de conflito contra qualquer outra etnia ou religião, contrariamente ao que se diz nos bastidores.
Té sugeriu que, pelo menos, o régulo fosse convidado para o lançamento da primeira pedra, tendo concluído que há “provocações à espera de uma reação dos pepelis”.
“Jamais pautaremos pela violência, estamos aqui para defender a nossa dignidade e o respeito. Defendemos o diálogo, por ser a melhor via para resolver qualquer diferendo que possa existir, mas colocar agentes das forças de segurança para maltratar reivindicadores, não transmite boa imagem à sociedade, porque ninguém tem poder eterno, apenas Deus o tem”, sublinhou.
Por seu lado, o filho de Nbatonha, Orlando Gomes Té, alertou que o nome Nbatonha não pode cair no esquecimento, muito menos ser transferido para outra localidade.
“Tudo o que for construído nesse espaço será batizado com nome Nbatonha para mostrar a pertença “, precisou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
