Crise de técnicos: HOSPITAL REGIONAL DE GABÚ DISPÕE DE UMA PARTEIRA QUE FAZ UMA MÉDIA DE 200 PARTOS POR MÊS  

O diretor geral do hospital regional de Gabú denunciou que, devido à crise em recursos humanos,  a única parteira que o hospital dispõe atende uma média de 223 partos mensais.

Considerou “super grave” o que acontece na maternidade do hospital de Gabú cujos serviços são, segundo avançou, são  suportados maioritariamente por estagiários e que às vezes funciona a descoberto, por falta de técnicos nos diferentes serviços.   

Em entrevista ao jornal O Democrata para falar do funcionamento do hospital e das dificuldades que os técnicos enfrentam, admitiu que o hospital funciona neste momento com poucos recursos humanos na sequência do despacho do governo que suspende novas contratações no setor de saúde.

“O hospital tinha dez parteiras que o governo mandou para casa e neste momento tem apenas uma, colocada depois de dezembro de 2022 e presta, neste momento, serviço no hospital”, disse.

Amaro da Costa disse que antes do despacho do governo que mandou para casa grande parte dos técnicos, o hospital tinha cento e três  técnicos, mas neste momento apenas 45 estão a fazer funcionar os diferentes serviços.

“Não temos problemas de falta de água. Temos três ambulâncias operacionais. Os casos graves que precisam de tratamento especial são evacuados para Bissau”, frisou, para de seguida revelar que de janeiro a março deste ano, o hospital registou seis óbitos parturientes derivados de anemia nas grávidas.

O diretor geral do hospital apontou a falta de consultas pré-natais e fatores socioculturais associados à falta de boa alimentação, afirmando que a temperatura que se faz sentir da região não teve impactos desastrosos nas populações, apenas nas crianças recém-nascidas, um fenómeno influenciado por falta de consultas pré-natais.

Amaro da Costa afirmou que as doenças frequentes neste momento na região têm a ver com infeções em recém-nascidas, porque as mães não vão às consultas e muitas delas não chegam a ter sequer quatro consultas e as que vão, vão tarde, aos seis meses de gestação.              

Afirmou que o Hospital tem energia elétrica instável, apenas consegue fornecer a eletricidade durante o dia com um grupo de painéis solares, mas à noite quando há casos graves e a necessidade de usar oxigénio, o hospital usa o único gerador de que dispõe para atender esses casos.

“Não temos energia elétrica estável e o gerador que usamos para fornecer a energia à noite também não está em condições. Trabalhamos sob riscos enormes. Não temos aparelho de Raio X”, afirmou.

Amaro da Costa revelou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) disponibilizou aparelhos de Raio X para todos os hospitais regionais do país, mas o técnico que deverá montá-los reside no Senegal.

“Os serviços em ativo no hospital são banco de urgências, maternidade, pediatria, medicina, CTA, laboratório e cirurgia”, indicou, assinalando que apesar de ser uma instituição de saúde pública, enfrenta enormes problemas e tem poucos recursos para poder cumprir a sua missão.

Por: Filomeno Sambú

1 thought on “Crise de técnicos: HOSPITAL REGIONAL DE GABÚ DISPÕE DE UMA PARTEIRA QUE FAZ UMA MÉDIA DE 200 PARTOS POR MÊS  

  1. O ministro Dionísio cumba , alegou o que o revogou é ilegal, agora pergunto onde o Dionísio seguiu a legalidade até colocar a parteira no dezembro 2022?
    Tudo o que a população estão sofrendo hoje violando todos os seus direitos de caratido a sua saúde tem haver com falta de visão do ministro incompetente Dionísio, não pode e é ineceitavel que o ministério despoe de falta de recursos humanos…

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