SISSOCO EVOCA COERÊNCIA PARA NÃO CONTINUAR NA LIDERANÇA ROTATIVA DA CEDEAO

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, evocou a coerência e a derrota do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) nas últimas legislativas de 4 de junho, para não continuar na liderança rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEDEAO.

“Podia não ter nada a ver, mas por uma questão de ocorrência decidi não fazê-lo”, afirmou, lembrando que sempre defendeu que para dirigir uma organização com a dimensão da União Africana e da CEDEAO, tem que haver cumplicidade com o governo, sobretudo os “ministros tutelais”, nomeadamente dos negócios estrangeiros, das finanças, da justiça, da defesa e do interior.

“Vou para uma nova era de coabitação em que não tenho maioria, não vou pedir pastas nem nada. O povo é soberano, já decidiu e ponto final. Tem que deixar o partido vencedor mostrar ao povo o que pode. Haverá uma coabitação sã e sincera, mas nunca abdicarei do meu papel de fiscalizador. Que fique claro que o Presidente da República é Presidente da República”, advertiu, sublinhando que o presidente da República está acima de todos os membros dos órgãos de soberania do país.

O Chefe de Estado guineense, que falava aos jornalistas esta sexta-feira, 07 de julho de 2023, no lançamento da primeira pedra  do projeto imobiliários do INSS no setor de Safim, arredores de Bissau, afirmou que apesar de eleger a Guiné-Bissau em primeiro lugar, primeiro de tudo deve haver uma confiança recíproca entre ele o futuro primeiro-ministro.

Questionado sobre o balanço que faz do seu desempenho na CEDEAO, o chefe de Estado disse que todos os filhos da Guiné-Bissau devem ter orgulho de o país ter presidido, pela primeira vez, a CEDEAO.

“Recebi felicitações de vários presidentes até do Presidente português Marcelo Rebelo Sousa a questionar-me se tenho noção da minha dimensão como chefe de Estado. A Guiné-Bissau está de parabéns. Conseguimos restaurar a nossa autoestima e dignidade. Este sim é que é o Estado, não aquele banalizado, em que os embaixadores faziam tudo o que lhes apetecia, inclusive iam às reuniões do Conselho de Ministros, não”, enfatizou.

O Presidente da República disse que o país decidiu adotar medidas de austeridade, devido à conjuntura económica mundial e  porque também todos os países que tinham programas com o Fundo Monetário Internacional fizeram o mesmo, para poder ter diálogo  com instituições financeiras internacionais e “ foi assim que a Singapura evoluiu. Um dia, os cidadãos que nos têm criticado sentirão os frutos dessas medidas”.

SISSOCO ADMITE QUE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS E BENS EXISTE NA CEDEAO

Questionado sobre a liberdade de circulação de pessoas, capitais, bens e serviços de que os guineenses têm queixado no espaço comunitário, o chefe de Estado afirmou que “sempre existiu na CEDEAO”, anunciou que depois da reunião de Bissau nenhuma viatura não terá necessidade de apresentar “laissez-passer”.

“O texto prevê que se um cidadão de um determinado país do espaço viaja para outro Estado membro, pode circular com a viatura do seu país. Depois deste período, é obrigado voltar ao seu país por um período de um ano. É uma medida para todos os cidadãos dos Estados membros, mas isso não implica que não deve haver controlo nas nossas fronteiras e nos nossos países”, esclareceu.

Por: Filomeno Sambú     

Author: O DEMOCRATA

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