A Associação de Estudantes e Estagiários Guineenses no Reino de Marrocos (ASSEBGUIM) revelou a O Democrata este domingo, 10 de setembro de 2023, que 56 estudantes e estagiários guineenses registados pela sua organização e que vivem e trabalham na região de Marraquexe, estão todos “sãos, salvos e fora do perigo”.
A revelação sobre a situação dos estudantes, estagiários e militares que frequentam o curso da academia na escola militar de Marraquexe, uma das regiões mais afetadas pelo sismo, foi feita pelo secretário-geral da ASSEBGUIM na cidade de Marraquexe, Mama Saliu Tala Djob, durante uma entrevista via telefone, na qual informou que na verdade, a região de Marrocos é uma das mais afetadas pelo sismo e se registaram centenas de mortes, contudo afirmou que não se registou nenhuma morte de entre os guineenses nem sequer feridos.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos da América, que regista as atividades sísmicas em todo o mundo, informou que um sismo de magnitude 6.9 na escala de Richter foi registado na sexta-feira, 08 de setembro, à noite, em Marrocos. O epicentro foi na localidade de Ighil, situada 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe e que o terramoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilómetros.
Segundo o balanço provisório apresentado pelas autoridades marroquinas este domingo, foram registados 2.122 mortos e 2.421 feridos, dos quais 1.404 em estado grave. No total, 1.293 pessoas morreram na província de Al Haouz e 452 na província de Taroudant, ambas a sul de Marraquexe.
“HOUVE ESTUDANTES GUINENSES FERIDOS QUANDO DESCIAM AS ESCADAS”

O secretário-geral da ASSEBGUIM na cidade de Marraquexe, Mama Saliu Tala Djob, explicou que até ao momento a sua organização não tinha registado nenhuma morte de entre os estudantes e estagiários guineenses nem feridos ou vítimas do terramoto. Acrescentou que constataram apenas alguns dos seus colegas que ficaram feridos na tentativa de descer as escadas.
“Era uma situação de aflição e de vida ou morte! Cada um tentava sair do seu quarto pelas escadas, por isso alguns colegas ficaram feridos, mas agora estão todos bem, porque foram atendidas”, assegurou.
Questionado sobre a situação da sobrevivência diária dos estudantes e estagiários (logística e comedoria) que vivem em Marraquexe, informou que os estudantes e estagiários não estão concentrados em um único sítio, ou seja, moram em diferentes bairros.
“As autoridades estão a aconselhar as pessoas para ficarem fora das casas, por isso toda a gente está na rua. As pessoas estão a passar o dia e a noite nos jardins e nas tendas, portanto apenas entramos nos nossos quartos para tomar uma ou outra coisa que precisamos” contou, avançando que a sua organização em colaboração com a direção central da ASSEBGUIM e da Embaixada,estão a prestar apoios aos estudantes em termos de informações e um pouco de assistência.
Relativamente a sobrevivência diária (comedoria) dos seus associados, disse que a maioria dos estudantes é bolseira e que as suas sobrevivências estavam sob cuidados do governo marroquino, acrescentando que neste momento estão de férias e que neste período são as suas famílias que se ocupam das suas comedorias.
“No mês das férias não beneficiamos nada de bolsa e são os nossos pais que sustentam a nossa sobrevivência neste período. Estamos a sobreviver neste momento com o dinheiro recebido dos nossos pais” disse, afirmando que não receberam nenhuma assistência em termos de apoios logísticos da parte da Embaixada.
Assegurou, neste particular, que foram contactados pela embaixada da Guiné-Bissau que estava a pedir informações sobre a situação dos estudantes e se houve mortos, feridos ou pessoas em situação grave. Afiançou que cada dia fala com o pessoal da embaixada para saber das suas situações, como também mantem contactos com os responsáveis da direção central da ASSEBGUIM.
ASSOCIAÇÃO REGISTA MAIS DE 400 ESTUDANTES E ESTAGIÁRIOS NO REINO DE MARROCOS

O presidente da ASSEBGUIM, Nazário Canena, disse ao Jornal O Democrata que os estudantes guineenses a nível do reino estão todos bem e que não se registou nenhuma vítima mortal ou feridos, vítimas do sismo.
“Confirmo que não registamos nenhuma morte nem feridos dos estudantes ou dos guineenses em geral que estudam ou trabalham no reino de Marrocos” garantiu, frisando que a associação tomou conhecimento de três raparigas estudantes que ficaram feridas na tentativa de descer as escada, quando se sentiram o sismo na região.
“A informação que nos chegaram é que as três raparigas escorregaram e caíram da escada, mas uma delas teve uma contusão na perna e as outras duas tiveram alguns ferimentos. Graças a Deus, neste momento, estão todas bem e fora do perigo”, notou.
Sobre o número dos estudantes inscritos na sua associação, explicou ainda que em abril deste ano (2023) quando se fazia o recenseamento dos estudantes para votarem no processo da eleição:
“Conseguimos registar naquele período mais de 440 estudantes que livremente aceitaram recensearem-se para participar no processo das eleições para a mudança do secretariado-geral da nossa associação” referiu, frisando que existe um número significativo de estudantes e estagiários que não aceitaram participar no processo.
Informou, neste particular, que além dos estudantes e militares que estão a formar-se no reino, regista-se também um número de emigrantes guineenses, contudo disse que esse número é baixo.
Entretanto o governo, através do ministério dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, confirmou no sábado, 09 de setembro, através de um comunicado à imprensa, que não houve nenhuma morte ou ferido dos estudantes ou cidadãos guineenses que vivem e trabalham naquele país do norte de África, afetado pelo sismo.
Refira-se que o governo marroquino decretou no sábado três dias de luto nacional na sequência do violento sismo que afetou o reino, causando mais de dois mil mortos.
Por: Assana Sambú
















