O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, reuniu-se esta terça-feira, 10 de outubro de 2023, com chefes militares dos três ramos das forças armadas guineenses, incluindo os comandantes de zonas e de batalhões, para analisar os preparativos para o dia das forças armadas, tendo-lhes apelado a abastecerem-se da política partidária.
A reunião realizada no salão de honra do Palácio da República foi alargada aos responsáveis do Tribunal Superior Militar, Promotoria da Justiça Militar e do Instituto Nacional da Defesa, contudo notou-se a ausência, na reunião, do ministro da defesa nacional, Nicolau dos Santos.
O encontro entre o chefe de Estado e militares decorreu à porta fechada e durou mais de três horas, tendo como objetivo analisar a situação nos quartéis e sensibilizar os militares para se manterem equidistantes dos políticos.
À saída da reunião, o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas, o Brigadeiro-General, Samuel Fernandes, explicou que a reunião permitiu ao Presidente da República reforçar o apelo às forças armadas para se manterem equidistantes da vida política partidária e focarem-se em garantir a paz e a estabilidade no país.

“Falamos da necessidade de reforçar a nossa capacidade de defesa, papel primário das forças armadas, bem como contribuir para o desenvolvimento do país. Em suma, este foi o objeto do nosso encontro e que nos permitiu trocar impressões sobre a vida dos nossos militares”, disse.
Assegurou neste particular que a reunião serviu também para debruçar sobre os preparativos dos eventos do dia das forças armadas da Guiné-Bissau, 16 de novembro, que este ano se associa à festa da comemoração do 50º aniversário da independência do país.
Solicitado a pronunciar-se sobre a ausência do ministro da defesa na reunião, disse que não pode justificar ou explicar a ausência do ministro da defesa nacional, porque “nós somos convidados pelo comandante supremo e não nos cabe, a nós, questionar a presença ou não do ministro da defesa nacional”.
Questionado se as forças armadas sentem que existem militares que estão a exercer a política partidária, respondeu que houve participação de alguns militares na tentativa de golpe de estado de 01 de fevereiro, portanto “é isso que não queremos que continue a prevalecer nas forças armadas”.
“Nós temos um papel primário que é a defesa da integridade territorial do país e da soberania. Efetivamente, por isso queremos que as forças armadas se mantenham equidistante destas querelas para acabar com os sobressaltos que se tem verificado nos últimos tempos na Guiné-Bissau”, referiu.
Entretanto, na sua curta declaração aos jornalistas, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, anunciou que efetuará uma visita de Estado a Portugal a convite do seu homólogo, Marcelo Ribeiro de Sousa, entre os dias 23 e 25 de outubro.
Informou que durante a visita deslocar-se-á à Assembleia de República e reunir-se-á igualmente com o chefe do governo português.
Por: Assana Sambú



















