Opinião: ANTULA, UMA PÓLVORA À ESPERA DE “UM CLIQUE” PARA SE TORNAR NUM INFERNO

O bairro de Antula, arredores da capital Bissau, com filas longas de bares e “casinos fictícios” improvisados de furacão, fazem parte de um leque de coisas inacreditáveis que acontecem em quase todo o país e igual a outras zonas de Bissau, que aguardam também sinistros artificiais, cobertos de negligência gritante de todos e da passividade das autoridades.

Antula, a menos de um quarto de hora do centro da cidade, confronta-se com um perigo (roubo, assaltos, agressões, etc), que está visível a olhos de todos, inclusive das autoridades policiais, mas ninguém reage. Casos multiplicam-se, perante a inércia da sexta esquadra local. Porquê?! Porque, mesmo depois de várias reivindicações e gritos de socorro das nossas mães bideras e de citadinos? Acho que são questões que só a própria esquadra pode responder.

É inquebrantável que seja um cenário atípico de cartazes de filmes e de viagens alucinantes de “mototaxistas liambeiros”, que a cada dia perturbam, provocam acidentes que ceifam vidas de inocentes, nas principais avenidas e vias alternativas. De quem nasceu essa ideia de legalizar os mototaxistas? Embora tenham servido de meio alternativo a vários cidadãos, tanto cá em Bissau quanto nas regiões, ninguém lhes dá o direito de institucionalizar a desordem, nem cemitério para os vivos inocentes.

Antula enfrenta um drama sem precedentes de mototaxistas e de polícias de trânsito, todos pela “sobrevivência ilícita”, com estatutos e missões diferentes. Esse drama é associado ao consumo de drogas, roubos, assaltos e acidentes carregados de uma forte dose de desobediência de mototaxistas, que às vezes fazem-no a fugir de policiais à paisana e caçadores de moedas.

Há quem defenda que toda essa bagunça tem a cumplicidade dos serviços de viação terrestre, que tem sido um elemento meio reagente, meio decisor e meio determinante em quase tudo, salvo em alguns aspetos onde tem interesse. 

Tem sido inútil em muitos casos que ocorrem e já ocorreram em Bissau e no interior país, aliás, inútil porque nesses (casos) “ furantamon ka tem” e quando os agentes não têm ganhos, não intervêm, os motoristas e mototaxistas ganham libertinagem e transformam-se em selvagens “no reino dos humanos”, representam uma ameaça tremenda às vidas humanas e ao trânsito. Associado a tudo isso, está uma gritante impotência das autoridades em intervir e resolver a situação. Será por medo de alguém ou por favor eleitoral que muitas coisas acontecem (des)acontecem sem que tenham uma medida adequada como o arroz trinca 5% e 100% partido?

Creio que não, talvez tenha sido por impotência alimentada de clientelismo desenfreado, cumplicidade e falta de competência, porque auxiliares é que gerem a administração pública sem vínculo contratual com o Estado e em circunstâncias isoladas de vida ou morte, “má ntem tambi ku pui nha subrinhu, neto, cunhadu pa é kume”.

Cidadãos! Quis apenas experimentar minha ignorância e deduzir que nada funcionou com as atrocidades dos motoristas, porque o local é também um palco de enriquecimento ilícito de polícias disfarçados de chinelos a caçar os infratores!

Por: Jornalista Filomeno Sambú

Author: O DEMOCRATA

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