CEDEAO REÚNE-SE PARA DEBATER CRISE SENEGALESA E SAÍDA DE TRÊS PAÍSES 

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) realiza hoje, 8 de fevereiro de 2024, em Abuja, uma reunião extraordinária do seu Conselho de Mediação e Segurança, ao nível ministerial, após a decisão do Senegal em adiar as presidenciais.

No comunicado em que divulga a realização da reunião, a CEDEAO diz apenas que na agenda de trabalhos está um debate sobre “questões políticas e de segurança atuais na região”. 

O presidente senegalês, Macky Sall, decretou o adiamento das eleições presidenciais, que estavam marcadas para 25 deste mês, para 15 de dezembro, decisão que espoletou fortes protestos nas ruas, muitas vezes dispersos pela polícia, que utilizou gás lacrimogéneo e com dirigentes da oposição a apelarem à “desobediência civil”.

A decisão de Macky Sall foi aprovada, por maioria, pelo parlamento do Senegal, país vizinho da Guiné-Bissau, que deu ainda luz verde à prorrogação por um ano do mandato do Presidente cessante.

A CEDEAO inibiu-se de condenar o adiamento das eleições, não indo além de manifestar “a sua preocupação com as circunstâncias que levaram” às mesmas e apenas pedindo às “autoridades competentes que acelerem os diferentes processos para estabelecer uma nova data”.

Na quarta-feira, os Estados Unidos afirmaram que o adiamento das eleições “não pode ser considerado legítimo” e exortaram o Governo do Senegal “a organizar as eleições presidenciais em conformidade com a Constituição e leis eleitorais”.

A posição norte-americana contrasta com a declaração lacónica da diplomacia francesa, antiga colónia e com presença incomparavelmente maior em toda a região, que até agora apenas manifestou os votos de que as eleições sejam “realizadas o mais rapidamente possível”.

A União Europeia acompanhou a posição assumida pela CEDEAO, apelando à realização de “eleições transparentes, inclusivas e credíveis, o mais rapidamente possível e com respeito pelo Estado de direito, a fim de preservar a longa tradição de estabilidade e democracia no Senegal”, de acordo com um comunicado divulgado no mesmo dia.

O Conselho de Mediação e Segurança da CEDEAO deverá ainda debater a situação criada pelo Burkina Faso, Mali e Níger, três países governados por juntas militares saídas de golpes de Estado e que formam desde setembro de 2023 a Aliança dos Estados do Sahel (AES), que anunciaram no passado dia 28 o abandono do bloco regional.

In lusa

Author: O DEMOCRATA

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