O diretor-geral do comércio externo, Lassana Fati, disse que o preço básico para a comercialização da castanha de cajú para este ano anunciado pelo governo é exequível, tendo em consideração às constatações feitas ao nível regional e internacional sobre a evolução da venda do produto.
Em entrevista ao jornal O Democrata para falar do preço básico fixado pelo governo, Lassana Fati fez referência a Moçambique, onde o preço básico fixado por quilograma é de 330 francos CFA, no Burkina Faso é de 310 francos e na Costa do Marfim 275 francos CFA.
“Se tomarmos em consideração todas essas referências, 300 francos CFA é uma boa base e é exequível, sobretudo para quem tem um contrato de 900 ou 950 dólares por tonelada. Facilmente poderá executá-lo sem grandes constrangimentos”, assegurou e disse que o governo vai continuar a seguir a evolução do mercado, porque “não é estático, tem subidas e descidas e consoante essas subidas e descidas medidas serão tomadas”.
Abriu a possibilidade que do básico anunciado pelo executivo, o preço venha a subir se houver muita procura da castanha guineense e disse esperar que a safra de 2024 seja diferente dos últimos dois anos, anos muito difíceis devido à situação do mercado internacional.
O diretor-geral do comércio externo afirmou que o Ministério do Comércio já está a trabalhar neste momento no processo de recrutamento de fiscais, que serão depois capacitados na sua forma de atuação e no controlo da campanha para evitar erros do passado.
“Para além destes fiscais, temos forças de segurança e a Guarda Nacional que estarão a ajudar os fiscais no controlo para travar a fuga da castanha pelas fronteiras com os países vizinhos”, disse.
Lassana Fati reconheceu que em 2023 houve “uma impressionante” fuga de mais de cem mil toneladas da castanha de cajú, anunciando que este ano estão a ser tomadas “medidas severas” para que essa situação não volte a acontecer.
“Perder cerca de cem milhões de dólares na fuga da castanha de cajú tem um peso grande na nossa economia. Em parte esta fuga foi facilitada pelos próprios guineenses e alguns estrangeiros implicados. O país acabava de sair de um processo de eleições e a instalação de um novo governo e as pessoas aproveitaram-se dessa situação para colocar em causa a economia nacional”, lamentou.
Questionado se as próximas eleições legislativas antecipadas não vão complicar a campanha da castanha de cajú, Fati disse que as autoridades vão trabalhar para evitar que erros passados voltem acontecer, porque juntar duas campanhas, eleitoral e da castanha de CAJÚ no mesmo período com impactos negativos para a da castanha de cajú de 2023, não foi boa ideia.
“Em África, as eleições são momento de incertezas. Portanto, é prejudicial associar um momento importante da vida económica do país com um processo decisivo de escolha de representantes do país. Até ao momento não se sabe quando vamos ter as eleições legislativas, portanto não estou em condições de responder com precisão essa questão”, indicou.
Afirmou que neste momento o país tem menos de duas mil e meia toneladas da castanha bem controladas e que aguardam apenas o processo de exportação .
“Está a caminho de Bissau um navio que exportará todo o remanescente de 2022 e 2023. Medidas administrativas estão a ser tomadas para que a Guiné -Bissau não tenha remanescentes de 2022/2023 no seu mercado. Essas medidas administrativas já foram saudadas pela classe empresarial e outros intervenientes no setor”, enfatizou.
Por: Filomeno Sambú



















