Na esfera pública das sociedades contemporâneas, toda as profissões têm as suas caraterísticas principais. No caso do jornalismo, é essencial, no seu exercício, associar o talento à técnica e a formação académica. Pois, o jornalismo é uma verdadeira prática de coletar, de verificar e de comunicar informações relevantes e verídicas para o consumo humano do cidadão nas sociedades contemporâneas do sistema mediático, que exige do público uma verdadeira literacia mediática.
Os jovens jornalistas devem contribuir para que o jornalismo nacional continue a perfilar na autoestrada de um jornalismo exigente. Devem deixar de lado, o jornalismo de jovens jornalistas permissivos, que deixam andar, não se comprometem. Os jovens jornalistas nacionais não devem também nunca assinar, a quaisquer condições, pactos financeiros para renunciar a produção de uma verdadeira notícia com valor transparente para o consumo de interesse público e não para consumo de interesse particular do público.
A imprensa, na Guiné-Bissau, deve ser inequivocamente uma fonte de poder popular. Por isso, no nosso entender, a sua qualidade de produtor de notícias de interesse público deve ser também escrutinada na esfera pública nacional. O que nos permitirá adotar, o nosso país, de um verdadeiro sistema mediático. Cada cidadão nacional terá a capacidade mediática de ceder, de avaliar e de compreender melhor a diferença entre o interesse público do interesse particular de público.
O cenário da imprensa como fonte de poder, exige dos jovens jornalistas nacional, dormir e acordar com o género jornalístico para poderem pautar as nossas cidades, os nossos setores, as nossas regiões e o nosso país em geral. Exige, por outro lado, aos jovens jornalistas conhecer e dominar muito bem o direito e a liberdade das fontes de informações de dizer o que pensam e a ouvir o que os outros pensam sem que haja proibições ou censuras. Mas, a liberdade das fontes de informações não pode significar também o direito de inventar mentiras e espalhá-las na sociedade através dos Media. Ou de estabelecer um pacto financeiro com os jovens jornalistas para renunciar o interesse público a favor dos interesses particulares do público.
Os jovens jornalistas nacionais, em virtude de nosso atual estágio democrático, devem estabelecer no país um Jornalismo de Soluções cujo fio condutor da sua reportagem visa encontrar soluções para os problemas nacionais. Estabelecer uma rede de Jornalismo de Soluções seria promover, no nosso país, uma cobertura rigorosa baseada nas evidências das respostas aos problemas sociais de uma cidade, de um setor, de uma região e do nosso país inteiro.
Infelizmente, no nosso país, há jovens jornalistas que preferem ser “domesticados” pelo pacto financeiro dos gestores de comunicação de que serem salvos pelos valores do interesse público. Não sabem pautar nem querem saber da pauta jornalística. Preferem baralhar o valor da pauta de interesse público com o valor de interesse particular de público no sistema mediático nacional.
Quando se observa atentamente o sistema mediático nacional, compreende-se que os jovens jornalistas continuam a preferir ser domesticados financeiramente de que serem salvos pela produção de reportagens de interesse público. Se o jornalismo nacional continuar com este cenário de domesticar financeiramente os jovens jornalistas, não haverá um verdadeiro jornalismo na esfera pública nacional. Os jovens jornalistas continuarão a ser vítimas deste sistema de mediação financeira de informação estabelecido na produção de notícias na esfera pública da mediação nacional.
Infelizmente há muitos jovens jornalistas que não estão verdadeiramente interessados numa formação jornalística. Buscam apenas obter rápidos resultados financeiros. Não se preocupam com a devida preparação académica para o exercício da profissão jornalística a nível nacional. Muitos jovens jornalistas nacionais não têm, jornalisticamente, objetivos profissionais bem definidos. Acabam sempre por se renderem perante o pacto de estabilidade financeira de interesse particular do público que hoje reina em todo o território nacional.
Hoje fica-se com a ideia de que a maioria dos nossos jovens jornalistas não quer realmente fazer uma formação jornalística. Só quer realmente obter rápido o resultado financeiro que advém de pacto da estabilidade financeira de interesse particular do público. Esqueceram que no jornalismo, é essencial associar o talento e a técnica, a formação académica. Os jovens jornalistas nacionais não sabem que é crucial hoje ser um excelente produtor de notícias de interesse público de que ser apenas um medíocre produtor de vários interesses particulares de público para aparentar ser um bom jornalista.
Os nossos jovens jornalistas estão agora a viver numa fase de fazer economicamente um jornalismo de interesse particular. Guardaram ainda nas gavetas das redações o jornalismo de interesse público. O que significa que não têm ainda bem definidos os objetivos de trabalhar num sistema mediático nacional como uma ferramenta de conhecimento e de reflexão sobre a nossa sociedade.
Creio que está claro, para os nossos jovens jornalistas, que hoje, num mundo globalizado, o papel dos jovens jornalistas é de utilizar o sistema mediático para aprofundar os mecanismos da democracia, da cidadania, da liberdade de expressão e de informação. Assim sendo, os jovens jornalistas nacionais devem garantir a pluralidade e a liberdade das atividades dos Media nacionais. O que construirá uma nova consciência coletiva capaz de diminuir desigualdades e produzir uma sociedade atuante política, social e economicamente.
Por: Drº António Nhaga
Diretor-Geral